CASTELOS
Meu sonho qual noctâmbulo percorre
Os túmulos que trago no meu peito,
O sangue pela boca quando escorre
Esvai em conta-gota, encharca o leito.
Aos poucos esperança leda morre
E vago pela noite insatisfeito
Bebendo a vida intensa até que o porre
Permita o meu descanso e a morte aceito.
Se vens tocar meu corpo, carniceira
Encontras os escombros, meus destroços,
Carcomes e me expondo entranhas e ossos
Não deixas nem resquícios do que fui,
A mão que traz afago, derradeira,
Castelo que fatídico já rui...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário