18/10
Num ermo caminhar em noite espúria
O tanto que perdera não revela
A sorte sem saber além da cela
Que possa transformar rude penúria.
E sinto tão somente a mesma incúria
Na ausência do que veja e quando sela
Destino noutro tom aberta a vela
Minha alma sem caminho bebe a fúria.
O pranto nos meus olhos, meu anseio
O rastro que deixaste e não receio
Sentir em profusão a ventania.
O tanto novamente se esvaíra
Deixando para trás cada mentira
Que a própria angústia traça e mesmo cria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário