quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DORMÊNCIA



DORMÊNCIA


É esse amortecer que é tão sentido
e evoca um fim pra cada dor que é fato
o arauto, o sinal claro: estou perdido!
E eis que percebo a falta até do tato...

Aninho em mim mesmo o que era tido
aquém do ouvir sereno e assaz recato
e não escuto o som há muito ouvido!
É certo que na boca o antes regato

achou de ficar seco e eu vi-me junto
ao ponto cego do existir oculto
e o cheiro já nem sinto, é dissipado,

é fato consumado, é fim de assunto;
agora me procuro e nem qual vulto
eu encontro a mim mesmo, estou velado.

Ronaldo Rhusso

Nos ermos de meu ser busco encontrar
Em meio a meus escombros a verdade,
Percorro descaminhos, realidade,
E nada está de fato em seu lugar...

Na sôfrega batalha para achar
Algum sinal com tal sinceridade
Afastando afinal a obscuridade
Aonde eu possa enfim me desnudar,

Percebo neste espelho que me trazes,
Os olhos embaçados, mas audazes
Da fera envelhecida e já sem dentes.

Mas que inda crê na força de outras eras,
No inverno vou buscando primaveras,
Velando a minha imagem entrementes...

Marcos Loures

A distorção é fato consumado
e o beijo da mortífera, conforta
a minha sede por uma outra porta
a qual me leve calmo pr'outro lado

em companhia alegre do esperado
aluvião ao qual meu ser comporta
e em me delir, sereno, então reporta
o ser que fui há tempos, e olvidado,

ao que compôe o resto em mim contido
a fim de dar vazão à vil dormência
e me apagar aos poucos co'a anuência

herdada um dia pelo que hei vivido
em troca dessa vã maledicência
em forma estranha e triste da existência...


Ronaldo Rhusso



Perceba quantas vezes vou errante
Escravo dos meus medos, meus anseios,
E faço de ilusões, doridos meios
Na busca mais freqüente, até constante.

A morte, sobretudo me garante,
Antiga sabedora destes veios,
Que jamais valeriam tais receios,
O mundo segue sempre para adiante.

Portanto, distorções são usuais,
Motivos pra viver; os quero mais,
Já que depois de tudo, findará

O tempo se esgotando tão depressa,
Será que nova etapa recomeça
Após o meu final? Responda já!

Marcos Loures


Essa louca dormência nos sentidos
vem, dispara a dúvida pertinente!
Vem tornando o viver mui mais plangente...
Pensamentos comuns são invadidos

e me lembram das dores de outros idos
que tornaram-me a vida diferente...
Hei me dado ao sofrer e é permanente
lamentar e ter medos combatidos.

Mas a vida é irmã da Dona morte
uma pára e outra leva, toca em frente!
De repente entendi que continua

e atua esperando o Rei que é forte
é suporte pro ente, felizmente,
e virá reluzente mais que a lua!

Ronaldo Rhusso

A Morte nos desnuda por inteiro
Inevitável ponto de partida,
Quem sabe, de chegada, companheiro,
Haverá decerto nova vida?

Só sei que sempre mostra a dolorida
Face do viver, que é tão ligeiro,
Porém como uma meta a ser cumprida,
Momento da existência, o derradeiro.

Aprendo a cada novo amanhecer
A crer que esta alegria de viver,
É tudo o que desejo e que me resta,

As dores ensinando, dia a dia,
Maturidade sempre propicia,
Ensinando a encarar a hora funesta...

Marcos Loures


Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.

A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!

Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho

e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.

Ronaldo Rhusso


O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.

A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...

Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.

A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...

Marcos Loures


Eu acredito que essa é a nova vida:
Permanecer em cada verso lindo!
Eternizar-se em obras, nessa lida,
aproveitando o Dom, pois que é infindo!

Posteridade tem quem solta a brida
anunciando a dor, porém sorrindo
enquanto o Mal não ache uma acolhida;
enquanto o amor entenda que é bem vindo!

O corpo morre e fica em vil dormência;
os Cromossomos juntam-se à terra;
memória não tem mais, nem recompensa...

Um dia alguém que sofre de demência
descobre textos... Pronto! A morte encerra!
Outro imortal renasce... Mas compensa?

Ronaldo Rhusso

Talvez seja melhor ficar calado,
O tempo remedia, mas não cura,
Se o pensamento voa, sendo alado,
Algum belo remanso ele procura,

Da luta, eu te garanto, estou cansado,
Porém nossa batalha inda perdura,
Viver a poesia, amargo Fado,
Às vezes com espinhos, a ternura...

Morrer e depois disso ser alguém?
Um velho paradoxo se repete,
Melhor seria ter outro caminho,

Mas quando a tarde cai e a noite vem,
O dedo no teclado pinta o sete,
E volta sem pensar ao mesmo ninho..

- DORMÊNCIA...
Dormência...

É esse amortecer que é tão sentido
e evoca um fim pra cada dor que é fato
o arauto, o sinal claro: estou perdido!
E eis que percebo a falta até do tato...

Aninho em mim mesmo o que era tido
aquém do ouvir sereno e assaz recato
e não escuto o som há muito ouvido!
É certo que na boca o antes regato

achou de ficar seco e eu vi-me junto
ao ponto cego do existir oculto
e o cheiro já nem sinto, é dissipado,

é fato consumado, é fim de assunto;
agora me procuro e nem qual vulto
encontro a mim mesmo, estou velado.

Ronaldo Rhusso

Nos ermos de meu ser busco encontrar
Em meio a meus escombros a verdade,
Percorro descaminhos, realidade,
E nada está de fato em seu lugar...

Na sôfrega batalha para achar
Algum sinal com tal sinceridade
Afastando afinal a obscuridade
Aonde eu possa enfim me desnudar,

Percebo neste espelho que me trazes,
Os olhos embaçados, mas audazes
Da fera envelhecida e já sem dentes.

Mas que inda crê na força de outras eras,
No inverno vou buscando primaveras,
Velando a minha imagem entrementes...

Marcos Loures

A distorção é fato consumado
e o beijo da mortífera, conforta
a minha sede por uma outra porta
a qual me leve calmo pr'outro lado

em companhia alegre do esperado
aluvião ao qual meu ser comporta
e em me delir, sereno, então reporta
o ser que fui há tempos, e olvidado,

ao que compôe o resto em mim contido
a fim de dar vazão à vil dormência
e me apagar aos poucos co'a anuência

herdada um dia pelo que hei vivido
em troca dessa vã maledicência
em forma estranha e triste da existência...


Ronaldo Rhusso


Perceba quantas vezes vou errante
Escravo dos meus medos, meus anseios,
E faço de ilusões, doridos meios
Na busca mais freqüente, até constante.

A morte, sobretudo me garante,
Antiga sabedora destes veios,
Que jamais valeriam tais receios,
O mundo segue sempre para adiante.

Portanto, distorções são usuais,
Motivos pra viver; os quero mais,
Já que depois de tudo, findará

O tempo se esgotando tão depressa,
Será que nova etapa recomeça
Após o meu final? Responda já!

Marcos Loures


Essa louca dormência nos sentidos
vem, e desperta a dúvida latente!
Vem tornando o viver tão mais plangente...
Pensamentos comuns são invadidos

e me lembram das dores de outros idos
que tornaram-me a vida diferente...
Hei me dado ao sofrer e é permanente
lamentar e ter medos combatidos.

A vida é prima-irmã da Dona morte.
Uma pára e outra leva, toca em frente!
De repente entendi que continua

e atua esperando o Rei que é forte
é suporte pro ente, felizmente,
e virá reluzente mais que a lua!

Ronaldo Rhusso

A Morte nos desnuda por inteiro
Inevitável ponto de partida,
Quem sabe, de chegada, companheiro,
Haverá decerto nova vida?

Só sei que sempre mostra a dolorida
Face do viver, que é tão ligeiro,
Porém como uma meta a ser cumprida,
Momento da existência, o derradeiro.

Aprendo a cada novo amanhecer
A crer que esta alegria de viver,
É tudo o que desejo e que me resta,

As dores ensinando, dia a dia,
Maturidade sempre propicia,
Ensinando a encarar a hora funesta...

Marcos Loures


Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.

A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!

Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho

e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.

Ronaldo Rhusso


O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.

A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...

Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.

A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...

Marcos Loures


Eu acredito que essa é a nova vida:
Permanecer em cada verso lindo!
Eternizar-se em obras, nessa lida,
aproveitando o Dom, pois que é infindo!

Posteridade tem quem solta a brida
anunciando a dor, porém sorrindo
enquanto o Mal não ache uma acolhida;
enquanto o amor entenda que é bem vindo!

O corpo morre e fica em vil dormência;
os Cromossomos juntam-se à terra;
memória não tem mais, nem recompensa...

Um dia alguém que sofre de demência
descobre textos... Pronto! A morte encerra!
Outro imortal renasce... Mas compensa?

Ronaldo Rhusso

Talvez seja melhor ficar calado,
O tempo remedia, mas não cura,
Se o pensamento voa, sendo alado,
Algum belo remanso ele procura,

Da luta, eu te garanto, estou cansado,
Porém nossa batalha inda perdura,
Viver a poesia, amargo Fado,
Às vezes com espinhos, a ternura...

Morrer e depois disso ser alguém?
Um velho paradoxo se repete,
Melhor seria ter outro caminho,

Mas quando a tarde cai e a noite vem,
O dedo no teclado pinta o sete,
E volta sem pensar ao mesmo ninho...

Marcos Loures

Razão tu tens, irmão, poeta e amigo!
Então deslizo e falo de outra vida
Em céu, em Terra Nova prometida!
A mim costuma ser o que eu persigo...

Viver, morrer, aqui é um perigo!
E eu sei, também a ti, ELE convida
A ir pr’esse lugar que é sem medida.
Ah! Creias, tou falando de um abrigo!

Eu sei que ELE virá porque já veio.
Repare no comer da multidão!
Tilintam sinos dessa falsa fé,

Mas Cristo, eu sei, te quer doar um seio
Além do que o pulsar do coração.
Ta bom! Sou sonhador, mas isso é fé!

Ronaldo Rhusso


Nós temos a esperança feita em fé
De um tempo bem mais calmo e mais suave,
Após nossa viagem, noutra nave
Que faça este percurso; aonde? Até?

Mas quando a noite chega e traz vazios,
Mergulho num abismo sem respostas,
E mesmo que ainda crie, firmes crostas,
Às vezes dolorosos arrepios...

Eu creio, nunca nego, em Cristo Deus,
E faço desta crença uma bandeira,
Dizer sempre até logo e nunca adeus,

Marcando desde sempre pela dor,
Amiga tão voraz e costumeira,
Parceira de oração e de louvor...

Marcos Loures

Eu conheço um segredo pra dormência;
pras horas onde as sombras atormentam...
É fácil! Só há perda aos que não tentam.
Cuidar de alguém melhora a permanência

ao lado do Senhor e a paciência
se torna gotas que aos poucos sustentam
e cobrem densas noites, alimentam...
O enfado passa a vir sem a frequência

de modo que outras cores enxergamos.
Cuidar dos que estão próximos é fácil;
Missão é carregar gente que está

melhor que nós e assim fortificamos
a mente que costuma ser retrátil,
mas será transformada: Ele virá!

Ronaldo Rhusso

Carregando este amor que fortalece
E traz uma esperança interminável,
Por mais que o solo seja farto, arável,
Uma alma sem destino, em vão fenece;

Fazendo de um soneto, quase prece,
Um mundo que imagino mais amável
Humanidade sendo palatável,
Às normas do Divino, alma obedece

Fraternidade sólida esperança,
A fera mais voraz, o amor amansa
Quem vive esta certeza sabe bem,

Somente esta alegria tem valor,
Um novo amanhecer, a se propor,
Perpassa este horizonte e segue além...

Marcos Loures


Falaste do amor com maestria
e eu sinto que é o segredo da vitória!
Consegues perceber toda essa glória
que banha todo o amante da poesia?

É ela que me leva a noite e dia
sorver cada momento dessa história
que em versos escrevemos e a memória
há de ficar marcada em alegria!

É com amor que temos derramado
os nossos corações para os leitores
nesse minimizar de dissabores

com nosso versejar que é de bom grado
a fim de ter também colaborado
com o renovar da vida em lindas cores!

Ronaldo Rhusso

A poesia é nossa mola; mestre
Que faz com que possamos ter nas mãos
Sementes do futuro, fartos grãos;
Tomara que este amor, o povo adestre,

Aragem em que vivo hoje, campestre,
Não deixa que eu conceba serem vãos,
Lutemos companheiro, pois irmãos
Não deixam que o vazio já fenestre

E invada sobre nós desesperança,
Nos versos com carinho esta aliança
Permite que se creia no amanhã.

E temos o poder da poesia
Que é feita de magia e fantasia,
Divino, com certeza, nosso afã...

Marcos Loures

Divino e prazeroso, ó mestre amigo!
Às vezes té me esqueço dos terrores
que assaltam-me em forma de vis dores
e roubam-me essa paz, é o que eu lhe digo!

Então me zango e escrevo o que eu consigo
em forma fixa ou como os amadores.
O fato é que me vêm, em multicores,
palavras que me são perfeito abrigo!

A graça é que podemos recriar
um mundo diferente qual encarte
e o feio com firmeza por de parte.

Não é maravilhoso e até sem par
o dom que possuímos de rimar
a dor co'ardor e o amor co'a cor da arte?

Ronaldo Rhusso


O dom de ser poeta, uma magia
Que jamais desprezei e que sustenta
Durante a tempestade; uma alma assenta
E bebe do prazer e da agonia.

Vencer o dissabor do dia a dia,
Por mais que a vida seja violenta,
A noite em poesia nos alenta,
Como se fosse então uma alquimia.

Pedra filosofal que lapidamos,
Escravos das palavras? Somos amos,
E ramos destes velhos arvoredos

Que escassos, mas garanto valiosos,
Os versos que fazemos; orgulhosos,
Desvendam da existência seus segredos...

Marcos Loures


Amigos das palavras temos sido;
Senhores de nós mesmos e dos versos.
O dom que praticamos tem movido
Milhares de espíritos dispersos

A despertarem desse combalido
Estado lamentável que, ora imersos,
Sufoca cada anseio que era tido
Como uma solução pros mais diversos

Dilemas da existência em vil dormência,
Estado em que se encontra a maioria
Sem virtudes, sem justa paciência;

Sem gana pra viver em harmonia
C’o bem comum, com ordem, com decência;
Consigo mesmo e com a fantasia.

Ronaldo Rhusso


Possamos espalhar aos quatro ventos
O som da poesia que nos toca,
O rio que em tal mar se desemboca
Carrega junto a si, os sentimentos,

Poeta faz das dores, seus alentos,
O amor em fantasia ali se aloca,
Agigantando sempre cada roca
Tornada continente, pensamentos...

Que possa ser assim durante a vida,
Eternos companheiros da alegria,
E imersos em fantasmas que criamos,

E quando chegar nossa despedida,
Vivemos o que o sonho nos pedia,
Que a liberdade nega escravos e amos...

Marcos Loures


Espero que esssa tal de despedida
demore a Eternidade para vir
e que tenhamos sempre e sem medida
muita alegria antes do partir.

Enquanto isso vou gozar a vida
a fim de me esquivar do despedir;
compor, honrar essa'rte sem a brida
a qual me tolhe e esforço-me a delir.

Viver os sonhos traz a paz que é dom,
é dádiva importante e eu quero é mais!
Sorver da liberdade satisfaz.

Eu posso até do encanto ouvir o som!
Mas quem da poesia dá o tom
sou eu, és tu que és mestre, és mui capaz!


Ronaldo Rhusso


Respirando este ar puro em que respiras
Os sonhos que trazemos; parceria,
A dádiva divina é maestria,
E acende da esperança tantas piras,

Enquanto poesia tu transpiras,
O velho trovador, pouco queria,
Somente algum resíduo de alegria,
Mudando pra melhor terríveis miras,

Almejo estar contigo nesta glória
Aonde a gente escreve nossa história
Marcada com a dor, com esperança

Arejas com teu riso o sofrimento,
E tendo Nosso Deus, alívio e alento,
Um claro amanhecer, a vida alcança.

Marcos Loures


Que bom pode dizer do teu valor!
Compartilhar de versos que enriquecem
e que aos corações, decerto, aquecem
tornando espinhos maus em bela flor!

Sofrer faz parte e até vejo na dor
algum motivo além e os que padecem
aos poucos se apercebem, então crescem
e dão valor à vida e ao dom do amor!

Talvez a privação do paladar
prepare o ser humano pra deixar
aquilo que não vai ter lá no céu.

Eu vejo a privação da liberdade
motivo pra buscar sobriedade
e ver na Eternidade doce mel!

Ronaldo Rhusso

Assim como ao poeta se permite
O ter em suas mãos, clareza rara,
O verso que também apóia e ampara,
Esconde das tristezas, seu limite,

Por mais que na verdade eu acredite,
A bela fantasia me é tão cara,
E quando a voz da vida em vão dispara,
Retorno o meu olhar, busco Afrodite.

Não deixaremos nunca que se apague
O brilho que somente a Musa traz,
Vivendo a plenitude e sendo audaz,

Não vejo quem polua ou mesmo estrague
As mãos do que burila tal argila,
E o sonho entre seus versos já desfila...


- DORMÊNCIA...
Dormência...

É esse amortecer que é tão sentido
e evoca um fim pra cada dor que é fato
o arauto, o sinal claro: estou perdido!
E eis que percebo a falta até do tato...

Aninho em mim mesmo o que era tido
aquém do ouvir sereno e assaz recato
e não escuto o som há muito ouvido!
É certo que na boca o antes regato

achou de ficar seco e eu vi-me junto
ao ponto cego do existir oculto
e o cheiro já nem sinto, é dissipado,

é fato consumado, é fim de assunto;
agora me procuro e nem qual vulto
encontro a mim mesmo, estou velado.

Ronaldo Rhusso

Nos ermos de meu ser busco encontrar
Em meio a meus escombros a verdade,
Percorro descaminhos, realidade,
E nada está de fato em seu lugar...

Na sôfrega batalha para achar
Algum sinal com tal sinceridade
Afastando afinal a obscuridade
Aonde eu possa enfim me desnudar,

Percebo neste espelho que me trazes,
Os olhos embaçados, mas audazes
Da fera envelhecida e já sem dentes.

Mas que inda crê na força de outras eras,
No inverno vou buscando primaveras,
Velando a minha imagem entrementes...

Marcos Loures

A distorção é fato consumado
e o beijo da mortífera, conforta
a minha sede por uma outra porta
a qual me leve calmo pr'outro lado

em companhia alegre do esperado
aluvião ao qual meu ser comporta
e em me delir, sereno, então reporta
o ser que fui há tempos, e olvidado,

ao que compôe o resto em mim contido
a fim de dar vazão à vil dormência
e me apagar aos poucos co'a anuência

herdada um dia pelo que hei vivido
em troca dessa vã maledicência
em forma estranha e triste da existência...


Ronaldo Rhusso


Perceba quantas vezes vou errante
Escravo dos meus medos, meus anseios,
E faço de ilusões, doridos meios
Na busca mais freqüente, até constante.

A morte, sobretudo me garante,
Antiga sabedora destes veios,
Que jamais valeriam tais receios,
O mundo segue sempre para adiante.

Portanto, distorções são usuais,
Motivos pra viver; os quero mais,
Já que depois de tudo, findará

O tempo se esgotando tão depressa,
Será que nova etapa recomeça
Após o meu final? Responda já!

Marcos Loures


Essa louca dormência nos sentidos
vem, e desperta a dúvida latente!
Vem tornando o viver tão mais plangente...
Pensamentos comuns são invadidos

e me lembram das dores de outros idos
que tornaram-me a vida diferente...
Hei me dado ao sofrer e é permanente
lamentar e ter medos combatidos.

A vida é prima-irmã da Dona morte.
Uma pára e outra leva, toca em frente!
De repente entendi que continua

e atua esperando o Rei que é forte
é suporte pro ente, felizmente,
e virá reluzente mais que a lua!

Ronaldo Rhusso

A Morte nos desnuda por inteiro
Inevitável ponto de partida,
Quem sabe, de chegada, companheiro,
Haverá decerto nova vida?

Só sei que sempre mostra a dolorida
Face do viver, que é tão ligeiro,
Porém como uma meta a ser cumprida,
Momento da existência, o derradeiro.

Aprendo a cada novo amanhecer
A crer que esta alegria de viver,
É tudo o que desejo e que me resta,

As dores ensinando, dia a dia,
Maturidade sempre propicia,
Ensinando a encarar a hora funesta...

Marcos Loures


Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.

A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!

Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho

e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.

Ronaldo Rhusso


O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.

A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...

Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.

A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...

Marcos Loures


Eu acredito que essa é a nova vida:
Permanecer em cada verso lindo!
Eternizar-se em obras, nessa lida,
aproveitando o Dom, pois que é infindo!

Posteridade tem quem solta a brida
anunciando a dor, porém sorrindo
enquanto o Mal não ache uma acolhida;
enquanto o amor entenda que é bem vindo!

O corpo morre e fica em vil dormência;
os Cromossomos juntam-se à terra;
memória não tem mais, nem recompensa...

Um dia alguém que sofre de demência
descobre textos... Pronto! A morte encerra!
Outro imortal renasce... Mas compensa?

Ronaldo Rhusso

Talvez seja melhor ficar calado,
O tempo remedia, mas não cura,
Se o pensamento voa, sendo alado,
Algum belo remanso ele procura,

Da luta, eu te garanto, estou cansado,
Porém nossa batalha inda perdura,
Viver a poesia, amargo Fado,
Às vezes com espinhos, a ternura...

Morrer e depois disso ser alguém?
Um velho paradoxo se repete,
Melhor seria ter outro caminho,

Mas quando a tarde cai e a noite vem,
O dedo no teclado pinta o sete,
E volta sem pensar ao mesmo ninho...

Marcos Loures

Razão tu tens, irmão, poeta e amigo!
Então deslizo e falo de outra vida
Em céu, em Terra Nova prometida!
A mim costuma ser o que eu persigo...

Viver, morrer, aqui é um perigo!
E eu sei, também a ti, ELE convida
A ir pr’esse lugar que é sem medida.
Ah! Creias, tou falando de um abrigo!

Eu sei que ELE virá porque já veio.
Repare no comer da multidão!
Tilintam sinos dessa falsa fé,

Mas Cristo, eu sei, te quer doar um seio
Além do que o pulsar do coração.
Ta bom! Sou sonhador, mas isso é fé!

Ronaldo Rhusso


Nós temos a esperança feita em fé
De um tempo bem mais calmo e mais suave,
Após nossa viagem, noutra nave
Que faça este percurso; aonde? Até?

Mas quando a noite chega e traz vazios,
Mergulho num abismo sem respostas,
E mesmo que ainda crie, firmes crostas,
Às vezes dolorosos arrepios...

Eu creio, nunca nego, em Cristo Deus,
E faço desta crença uma bandeira,
Dizer sempre até logo e nunca adeus,

Marcando desde sempre pela dor,
Amiga tão voraz e costumeira,
Parceira de oração e de louvor...

Marcos Loures

Eu conheço um segredo pra dormência;
pras horas onde as sombras atormentam...
É fácil! Só há perda aos que não tentam.
Cuidar de alguém melhora a permanência

ao lado do Senhor e a paciência
se torna gotas que aos poucos sustentam
e cobrem densas noites, alimentam...
O enfado passa a vir sem a frequência

de modo que outras cores enxergamos.
Cuidar dos que estão próximos é fácil;
Missão é carregar gente que está

melhor que nós e assim fortificamos
a mente que costuma ser retrátil,
mas será transformada: Ele virá!

Ronaldo Rhusso

Carregando este amor que fortalece
E traz uma esperança interminável,
Por mais que o solo seja farto, arável,
Uma alma sem destino, em vão fenece;

Fazendo de um soneto, quase prece,
Um mundo que imagino mais amável
Humanidade sendo palatável,
Às normas do Divino, alma obedece

Fraternidade sólida esperança,
A fera mais voraz, o amor amansa
Quem vive esta certeza sabe bem,

Somente esta alegria tem valor,
Um novo amanhecer, a se propor,
Perpassa este horizonte e segue além...

Marcos Loures


Falaste do amor com maestria
e eu sinto que é o segredo da vitória!
Consegues perceber toda essa glória
que banha todo o amante da poesia?

É ela que me leva a noite e dia
sorver cada momento dessa história
que em versos escrevemos e a memória
há de ficar marcada em alegria!

É com amor que temos derramado
os nossos corações para os leitores
nesse minimizar de dissabores

com nosso versejar que é de bom grado
a fim de ter também colaborado
com o renovar da vida em lindas cores!

Ronaldo Rhusso

A poesia é nossa mola; mestre
Que faz com que possamos ter nas mãos
Sementes do futuro, fartos grãos;
Tomara que este amor, o povo adestre,

Aragem em que vivo hoje, campestre,
Não deixa que eu conceba serem vãos,
Lutemos companheiro, pois irmãos
Não deixam que o vazio já fenestre

E invada sobre nós desesperança,
Nos versos com carinho esta aliança
Permite que se creia no amanhã.

E temos o poder da poesia
Que é feita de magia e fantasia,
Divino, com certeza, nosso afã...

Marcos Loures

Divino e prazeroso, ó mestre amigo!
Às vezes té me esqueço dos terrores
que assaltam-me em forma de vis dores
e roubam-me essa paz, é o que eu lhe digo!

Então me zango e escrevo o que eu consigo
em forma fixa ou como os amadores.
O fato é que me vêm, em multicores,
palavras que me são perfeito abrigo!

A graça é que podemos recriar
um mundo diferente qual encarte
e o feio com firmeza por de parte.

Não é maravilhoso e até sem par
o dom que possuímos de rimar
a dor co'ardor e o amor co'a cor da arte?

Ronaldo Rhusso


O dom de ser poeta, uma magia
Que jamais desprezei e que sustenta
Durante a tempestade; uma alma assenta
E bebe do prazer e da agonia.

Vencer o dissabor do dia a dia,
Por mais que a vida seja violenta,
A noite em poesia nos alenta,
Como se fosse então uma alquimia.

Pedra filosofal que lapidamos,
Escravos das palavras? Somos amos,
E ramos destes velhos arvoredos

Que escassos, mas garanto valiosos,
Os versos que fazemos; orgulhosos,
Desvendam da existência seus segredos...

Marcos Loures


Amigos das palavras temos sido;
Senhores de nós mesmos e dos versos.
O dom que praticamos tem movido
Milhares de espíritos dispersos

A despertarem desse combalido
Estado lamentável que, ora imersos,
Sufoca cada anseio que era tido
Como uma solução pros mais diversos

Dilemas da existência em vil dormência,
Estado em que se encontra a maioria
Sem virtudes, sem justa paciência;

Sem gana pra viver em harmonia
C’o bem comum, com ordem, com decência;
Consigo mesmo e com a fantasia.

Ronaldo Rhusso


Possamos espalhar aos quatro ventos
O som da poesia que nos toca,
O rio que em tal mar se desemboca
Carrega junto a si, os sentimentos,

Poeta faz das dores, seus alentos,
O amor em fantasia ali se aloca,
Agigantando sempre cada roca
Tornada continente, pensamentos...

Que possa ser assim durante a vida,
Eternos companheiros da alegria,
E imersos em fantasmas que criamos,

E quando chegar nossa despedida,
Vivemos o que o sonho nos pedia,
Que a liberdade nega escravos e amos...

Marcos Loures


Espero que esssa tal de despedida
demore a Eternidade para vir
e que tenhamos sempre e sem medida
muita alegria antes do partir.

Enquanto isso vou gozar a vida
a fim de me esquivar do despedir;
compor, honrar essa'rte sem a brida
a qual me tolhe e esforço-me a delir.

Viver os sonhos traz a paz que é dom,
é dádiva importante e eu quero é mais!
Sorver da liberdade satisfaz.

Eu posso até do encanto ouvir o som!
Mas quem da poesia dá o tom
sou eu, és tu que és mestre, és mui capaz!


Ronaldo Rhusso


Respirando este ar puro em que respiras
Os sonhos que trazemos; parceria,
A dádiva divina é maestria,
E acende da esperança tantas piras,

Enquanto poesia tu transpiras,
O velho trovador, pouco queria,
Somente algum resíduo de alegria,
Mudando pra melhor terríveis miras,

Almejo estar contigo nesta glória
Aonde a gente escreve nossa história
Marcada com a dor, com esperança

Arejas com teu riso o sofrimento,
E tendo Nosso Deus, alívio e alento,
Um claro amanhecer, a vida alcança.

Marcos Loures


Que bom pode dizer do teu valor!
Compartilhar de versos que enriquecem
e que aos corações, decerto, aquecem
tornando espinhos maus em bela flor!

Sofrer faz parte e até vejo na dor
algum motivo além e os que padecem
aos poucos se apercebem, então crescem
e dão valor à vida e ao dom do amor!

Talvez a privação do paladar
prepare o ser humano pra deixar
aquilo que não vai ter lá no céu.

Eu vejo a privação da liberdade
motivo pra buscar sobriedade
e ver na Eternidade doce mel!

Ronaldo Rhusso

Assim como ao poeta se permite
O ter em suas mãos, clareza rara,
O verso que também apóia e ampara,
Esconde das tristezas, seu limite,

Por mais que na verdade eu acredite,
A bela fantasia me é tão cara,
E quando a voz da vida em vão dispara,
Retorno o meu olhar, busco Afrodite.

Não deixaremos nunca que se apague
O brilho que somente a Musa traz,
Vivendo a plenitude e sendo audaz,

Não vejo quem polua ou mesmo estrague
As mãos do que burila tal argila,
E o sonho entre seus versos já desfila...

Marcos Loures


A Musa inspira, é fato, isso eu não nego.
Carrego essa certeza e busco a minha...
Eu tinha o privilégio, mas fui pego
qual cego até perder minha rainha...

Definha em mim a alma e não sossego;
entrego-me à jornada e sigo a linha
que é vinha a ser cuidada e a ela eu rego.
Sonego a calma e vem-me um frio na espinha...

Sozinha a fantasia é pouca monta.
Desmonta até vontade de viver.
Meu ser nem teme mais o vil sofrer.

Dizer que a vida é bela e não dar conta
afronta claramente o sonho antigo?
Persigo uma resposta. A tens, amigo?


Ronaldo Rhusso


Só sei que não sabendo quase nada,
Além do que me toca o coração,
Instinto bem maior que a razão,
A vida em loteria transformada,

Um'alma, muitas vezes malfadada,
Que encontra nos seus ermos, solução,
Sabendo que somente amor, perdão,
Garantem a viagem sossegada,

Espero pela chuva com o olhar
De quem sabe: ela irá fertilizar
Crisálidas da terra: grãos, sementes

E assim se refazendo a cada dia,
A vida nos permite a poesia,
Tramando a realidade que ora mentes...

Marcos Loures

É nesse refazer com paciência
que temos o antídoto ansiado
pra desfazer o estado da dormência
algoz que contra nós tem festejado.

Talvez temos mostrado a complacência
com cada inimigo e não amado
aquele que se esconde em vil dolência
atrás de cada verso elaborado.

Perdão tem dupla mão e é tão bonito!
E torna essa viagem mais segura.
Mas reconheço que só alma pura

deixa a realidade e vira mito.
Por mim se a morte vem eu solto um grito
e digo: vá de retro, ô bicha escura!

Ronaldo Rhusso


Cantemos, pois à vida, companheiro,
E mesmo que sofrida, é tudo o que
Existe de concreto e o tempo inteiro
Navego em suas ondas, sem cadê?

Não posso sonegar o verdadeiro
Caminho pelo qual em Deus se crê,
Do parto até a partida, mensageiro
Da paz que sabe bem o que se vê.

Não creio nos demônios, nem os temo,
Distante de meus sonhos, vejo o Demo
Mefisto não passando de ilusão,

Porém no amor divino, num mergulho,
Eu bebo destas águas e me orgulho,
De ser a cada dia mais cristão...

Marcos Loures

Um canto para a vida é boa ideia!
Festejo o refestelo do meu ser
que pronto pra não ver em panaceia
resposta para não envelhecer

prefere entrar em anos pois a estreia
almeja que se possa esquecer.
Ser jovem é mexer numa colmeia
e nunca preocupar-se em correr.

Espíritos do mal até que existem;
eu trombo com alguns no dia a dia.
São eles os que ao belo resistem

e tiram desse mundo a fantasia.
Dormência têm na mente, mas persistem
até roubarem cores da alegria.

Ronaldo Rhusso


Não deixe que estes tolos, vãos bufões
Dominem esta cena, meras brisas,
Poeta feito em luz; protagonizas,
Tocando com leveza os corações...

Acaso existem forças, turbilhões
Que apenas com teus versos suavizas,
E quando noutras cores tu matizas
As nuvens buscam outras direções.

Escreves com beleza e com cadência,
E enfrentas com denodo tal dormência
Vencendo esta batalha dia a dia,

Louvando o bem maior com maestria,
E com tanto talento, a poesia
Reclama e sente logo tua ausência...

Marcos Loures


A poesia age com brandura;
ela é mulher gentil e nos quer bem.
A vejo como um bálsamo, uma cura,
alívio mui mais rápido que um trem

do tipo que é expresso e da lonjura
faz estreito caminho e faz tão bem!
Ela é parceira hábil e assegura
a nós que lemos tudo o que convém

direito de sorver em teus sonetos
a mensagem mais pura e confortante;
abrir de alma explêndida e tonante!

Contigo é fácil crer em bons duetos
andar em letras por Jardins e Guetos,
pois teu talento é fato assaz marcante!

Ronaldo Rhusso


Amigo, com certeza tu me dás
Esta oportunidade rara e benfazeja
De ter em cada verso, o que deseja
Quem vive uma esperança feita em paz.

Às vezes delicado ou mesmo audaz,
Um trágico poema que lateja,
Sorriso de criança, alma almeja,
Mas nada se compara e satisfaz

A quem faz do soneto, grito e voz,
Do que esta companhia que me fazes
Em versos muitas vezes mais vorazes,

Sabendo ser comum a nossa foz,
Descendo as corredeiras com bravura,
No canto em que espalhamos a cultura...

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