04/12
Negar a minha própria desventura
E crer no que talvez nunca eu vivesse
O mundo na verdade me esquecesse
Enquanto esta lembrança me tortura.
O risco de viver tanto amargura
E nada do possa merecesse
A vida que deveras não tecesse
Encantos tantos quanto se assegura.
O manto consagrado em vã discórdia
A luta nesta tétrica mixórdia
O vento se espalhando além do sonho,
E quando na verdade outra vertente
A vida simplesmente me apresente
O fim das ilusões; quero e proponho.
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