12/06
Não tenho sequer mesmo aonde possa
Num cais traçar o fim desta viagem,
E trago a solidão numa bagagem
E nisto meu caminho não se endossa,
Vagando sob a farsa que destroça
O vento noutro rumo em tal miragem,
Apenas estourando esta barragem
Que sei jamais seria um dia nossa.
O temporal se faz impunemente
E quando na verdade se apresente
O tanto que não pude e não viera,
Acrescentando ao sonho a solidão
O medo se traduz em mero não
E traz à tona a tétrica quimera.
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