14/10
Amargos e temíveis dias traço
Ousando ter nos olhos o que trame
A vida noutro tom, velho ditame
E nisto tantas vezes sigo lasso,
Versando sobre o tétrico cansaço
De quem pudera ter e não reclame
Do sonho quando invade feito enxame
Tramando o solitário e rude espaço.
O tempo não permite o quanto voe
Quem vaga em infinitos sentimentos,
Ainda quando a sorte em vão ecoe.
Os dias são deveras desalentos,
E os olhos nada tendo no horizonte
Somente o quanto busca e, desaponte.
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