06/02
Não quero e nem pudesse ser além
Do todo sem sentido e em vã promessa
O passo na verdade já tropeça
E sabe do vazio que contém,
Não sinto o quanto venha e sei também
Do verso sem ternura que se apressa
Gerando o quanto visto e recomeça
A vida anunciada no desdém,
O preço a se pagar, o fim do jogo,
O tempo me invadindo como um fogo
Queimando cada ronda que se faz,
Meu tempo desaguando no que outrora
Pudesse desejar e me apavora
Regendo o dia a dia mais voraz.
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