sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

01/01/2016


DESERTO

Sozinha sigo o meu caminho incerto,
Perdida dentro em mim, no meu deserto,
Por entre as tantas dunas de tristura,
Pisando a minha dor e desventura...

Não vejo, ao longe, rastros de ternura
Que acalme minha mágoa, a minha agrura...
Prossigo sem destino ou rumo certo,
Sem ter miragens, sonhos, nada perto.

Quisera ter oásis dentro em mim,
Com sonhos borbulhantes, quais cascatas,
Repleno d’esperança em seus verdores...

Mas sigo repisando as minhas dores,
Por sobre a fina areia, cor de prata,
Do meu deserto imenso, tão sem-fim.

Edir Pina de Barros


Embora nos meus olhos o passado
Restaure tanta dor em tom cruel,
A vida traz também um claro véu
E trama um novo tom esverdeado,

Esmeraldina sorte – um raro fado?-
O tempo se azuleja em raro céu
E sigo mesmo sendo quase ao léu
Tentando outro momento e em paz o invado.

Aonde fora outrora este deserto,
Meu passo noutro tempo ora desperto
E tento acreditar no oásis vida.

A senda que se fez tanto dorida
Agora tendo o peito em luz e aberto,
Encontra em mansidão uma saída.

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