segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

04/01

Nos ermos entre as rosas e seus espinhos
Existe um mundo denso, indecifrável,
Cortado por veredas, mil caminhos,
Etéreo como os sonhos. Impalpável!

Um mundo onde o tempo é interminável,
Sem sentimentos sórdidos, mesquinhos...
Sem dores. Sem penares. Inefável!
Aonde vamos todos, aos pouquinhos...

E assim a vida explode no universo,
Transcende a vil matéria, voa aos céus
Cortando seus espaços, feito nave.

Quando o poeta canta e chora em verso,
Esgarça desse mundo seus mil véus
E voa muito além, qual fosse ave.
Edir Pina de Barros

Por vezes imagino nesta sorte
A imensa placidez ou fúria intensa,
E sei do quanto a vida ora compensa
E esqueço os meus anseios pela morte.

Buscando ter no braço que conforte
Bem mais do que se fez em recompensa,
E quando nossa história queda tensa
Diversa realidade é nosso aporte.

Sabendo destas tais dicotomias
Enquanto noutro instante te verias
Sorrindo ou mesmo a amarga poetisa,

Teria bem mais certa a maravilha
Do vento quando em vida já palmilha
No imenso vendaval ou mansa brisa.

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