31/01
Não quero que se veja o meu retrato
Jogado pelos cantos, na gaveta
E a sorte quando ao fim já me arremeta
Trazendo o quanto sou e ora constato,
Moldasse na verdade o que de fato
A vida se trouxera e não prometa
Além do que deveras me acometa
Marcando com terror e angústia este ato.
Não tenho e nem teria melhor sorte
Nem mesmo quem deveras me conforte
A vida não se faz desta maneira.
Apresentando o fim e nada mais,
Ousando acreditar em tão venais
Momentos nesta sorte derradeira.
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