segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Um mundo sem tormento nem cansaço,
Tecido co’as mil teias da ternura,
Em renda fina, branca fermosura,
Com fio doirado posto em cada laço...

E sem cansaço urdir tal tissitura,
com muito amor impresso em cada passo,
E essências do desejo em cada traço,
Sem nada a macular a sua alvura.

E a rescender no espaço teu perfume,
E em cada canto um lânguido queixume,
Teus olhos nos meus olhos suplicantes...

E nessa renda ver-te adormecido,
De teus tormentos todos esquecido...
Poder mirar-te assim por uns instantes.
Edir Pina de Barros

Sentir tua presença vaporosa
Em belas e diversas faces quando
O sonho noutro sonho se enfronhando
Expressa tal olor de suave rosa,

Porquanto seja a vida caprichosa
O sentimento sinto ora versando
Seguindo cada passo e te tocando,
Estrela eternamente majestosa.

A cada novo encanto eu mais me sinto
Tocado pelas teias deste encanto
E nisto o quanto possa quero e canto,

Ousando me expressar num ar distinto
Imerso nestas lúdicas querências
Do sonho feito em luz e florescências.

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