02/12
Nada do que possa e nos condene
Gestando a solidão enquanto aprume
Meu passo noutro tom, mesmo perfume
Da sorte que deveras nunca acene,
Ainda que pudesse e me envenene
Segredo com ternura ou com ardume,
A vida se perdera em rude lume
E nisto tão somente a luta encene,
Acrescentando um pouco ou quase nada
A sombra noutra sombra desenhada
Reflete a luz da lua que não veio,
Somente o quanto pude acreditar
Tramasse o ledo raio de um luar
Gestado sem temor ou sem receio.
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