segunda-feira, 30 de abril de 2018

30/04


Farsas tantas dizem tudo
E jamais me conheci
Noutro tempo onde me iludo
O caminho que perdi,
Do meu sonho eu não desgrudo
Vem trazendo a paz em ti,
O momento em que transmudo
Dita o quanto mereci,
Nada mais pudera ter
E sentir neste bafejo
Da palavra a se verter
Onde o fim ora prevejo,
E podendo mesmo ser
Um cenário benfazejo.

domingo, 29 de abril de 2018

29/04

Sinto o vento em minha face
E vagando em mar imenso
Na verdade se mostrasse
O que apenas tento e penso,
O meu dia se moldasse
No caminho audaz e intenso
Ou talvez a cada impasse
Noutro rumo eu me convenço,
Vejo apenas o que pude
E não tento disfarçar
A palavra mesmo rude
Dita o quanto desejar
Deste amor em amplitude
Tão difícil de encontrar.

sábado, 28 de abril de 2018

28/04

Apresento esta versão
E se possa ser assim
Dos meus dias, tradução
Farta sorte enquanto vim
Resumindo desde então
Cada espreita dentro em mim,
No momento em dimensão
Quando o tempo diz do fim.
Reparando aqui bem cedo
O que agora mal concedo
Quero um mundo mais ameno,
O servir seja constante
A palavra em si garante
Cada passo que enveneno.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

27/04

Poderia ter além
Do que um dia fosse meu
Ou quem sabe nada tem
O meu mundo em perigeu,
O caminho se perdeu,
No teu passo em tal desdém
Que julgando o que verteu
Traduzindo noutro bem,
Sendo assim nada encontrando
Do que outrora fora brando
Desde quando mergulhara
A palavra não transita
No que possa e diz da aflita
Sensação, vaga seara.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

26/04


Ouço a voz da tempestade
Dominando este horizonte
Sem ter nada que desponte
O cenário se degrade,
Ao buscar a liberdade
Quando aquém encontro a fonte
De quem possa e desaponte
Ou deveras trame a grade,
Restaria qualquer tom
Deste amor que fosse bom
Ou quem sabe mesmo audaz,
Na inconstância deste fato
Onde o quanto me retrato
Já deveras nada traz.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

25/04

Uma luta que não cessa
A verdade noutra ponta
Restaria esta promessa
De deveras desaponta,
A senzala já se expressa
No que tanto se desconta
Da palavra sem a pressa
Nem o todo quando apronta,
O versejo mais suave
Mansidão que nos ensina
O caminho que se entrave
Ou traduza a cristalina
Sensação de liberta ave
Que decerto nos domina.

terça-feira, 24 de abril de 2018

24/04

Já se tendo tão distante
Ao que pude perceber
A vontade noutro instante
Ou talvez meu desprazer,
Quanto quero e se adiante
Na verdade a se querer,
O tormento degradante
Entornando em cada ser,
Se eu presumo deste fato
Qualquer tom que se transforme
A esperança não constato,
A saudade fosse enorme,
O meu mundo eu não resgato
Sempre sendo mais disforme.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Não resumo nalgum verso
O que outrora fora a sorte
De um momento onde disperso
O que nunca mais comporte
Sigo e sendo até perverso
Nada mais dita meu norte,
Tão somente este universo
Sem mais nada que o suporte,
Vendo a luta sem porvir
O que possa resumir
Não traria solução.
Restaurando este tormento
Do vazio eu me alimento
Busco nova dimensão.

domingo, 22 de abril de 2018

22/04

Uma voz já nos clamando
Ou quem sabe em contraponto
O que esteja mesmo brando
Noutro tempo onde me aponto,
Sei do quanto perguntando
Outro tempo diz do conto
Onde o verso emoldurando
Não se fez deveras pronto,
Aprendiz do que se tenta
Neste aurífero caminho,
A paixão mais violenta
O não ser jamais sozinho,
A vereda segue e alenta
Quem não tem um calmo ninho.

sábado, 21 de abril de 2018

21/04

Não queria acreditar
E nem mesmo em pura tese
Onde a sorte se despreze
Ou mudando de lugar,
Quando o tempo sempre pese
Na vontade de lutar,
E se pude caminhar
Muito além quando em paz reze.
Nada tive e nem teria
Quem viceja em alegria
Amortalha o dia a dia
Noutro ponto o reticente
Delirar a vida sente
Onde tente ou poderia.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

20/04

Vicejando dentro da alma
O que pude e não viesse
A loucura gera o trauma
Ou talvez resuma a prece
No que tanto agora acalma
Ou redime em nova messe
No cenário aonde a calma,
Com certeza vagas tece,
O prazer do maremoto
Num momento onde remoto
Poderia ser sutil,
Apresento esta logística
A figura outrora mística,
Noutro tom se resumiu.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

19/04

Coagulas cada instante
E gerasse muito além
Do que a vida não contém
Ou deveras me garante,
Caminheiro tão arfante
Noutra cena traz alguém
Mergulhando aonde vem
O que cedo se levantam,
Sem vestígios do passado
Meu momento sem futuro,
O cenário; mal evado
E no fim nada asseguro,
Sendo assim o desejado
Encontrando o mesmo muro.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

18/04

Esperança sem juízo
Nas vertentes deste sonho
Afluente que componho
Num momento mais preciso,
Se deveras necrotizo
O cenário onde é medonho
O meu passo tão bisonho
Já não traz qualquer aviso,
Resumindo todo fato
No tormento onde desato
E não gere mais a sorte,
Quem pudera acreditar
Toma logo o seu lugar
Sem mais nada que o conforte.

terça-feira, 17 de abril de 2018

17/04

Tocado pelo frio em pleno inverno
O peito de um poeta sem cuidado,
Há tanto noutro engano mergulhado
Sabendo do que queira mais eterno,
E sei do caminhar aonde externo
O verso que pudera lapidado
No sonho quando feito em rude brado,
Ou mesmo num cenário calmo e terno.
O preço a se pagar já não condiz
Com todo o quanto possa e mais não quis
Vivendo sobre a sorte viperina,
A luta se anuncia sem respaldo
E quando a fantasia; assim, desfraldo
Apenas o vazio me domina.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

16/04

Eu me espalho agora pela vida,
E sei do quanto possa noutro instante
Ainda quando a luta se adiante
A sorte noutro passo, resumida,
E nada do que tente além duvida
Do encanto que viera em radiante
Momento que hoje sinto degradante
No todo quando pude e ora me espante.
Restando quem soubesse o verso enquanto
Apenas solidão tenho e garanto
Escrevo meu caminho em linhas tortas,
Os dias já não tendo paralelos,
Anseios de cenários bem mais belos
Enquanto este vazio agora exortas,

domingo, 15 de abril de 2018

15/04

Cansado de viver em desengano,
Sem ter sequer um rumo onde pudera
Viver a solução e não se espera
Senão a mesma face em cada plano,
Esgoto o dia a dia e me ufano
De ter no coração a sorte fera
E busco no caminho, nova esfera
Perdendo o que deveras tanto engano,
Regrando cada passo, nada vem
Somente o que tentara quando alguém
Tramando novo instante o sonegasse,
Meu rústico momento se anuncia
Inócua e sem sentido fantasia
Moldando com certeza o mesmo impasse.

sábado, 14 de abril de 2018

14/04

Bebendo da alegria o farto encanto
Jamais imaginando nova sorte,
Apenas o que tanto me conforte
Ou mesmo noutro passo me quebranto;
Vestígios do passado em cada canto
Ousando imaginar além da morte
O todo que pudesse em tal suporte
Entorna nos meus olhos, farto pranto.
O peso quando verga a simples haste
Tramando o que deveras tu notaste
Após a tempestade mais ferrenha,
Jamais imaginasse solução
Sabendo do meu erro desde então
Enquanto a sorte aquém mal se desenha.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

13/04

Deixados pela prenda em seu caminho
Nos campos e nos pampas, nas coxias
As sortes pelas quais tanto te guias
E o verso aonde em canto desalinho.
O mundo se moldara mais mesquinho
Tramando sem proveito em ironias
O quanto desejava e não virias
Trazendo a cada passo um novo ninho.
A noite se desdita e brada aquém
Do sonho que, deveras, sempre vem
Gerando dentro em nós a expectativa
Da vida sem sentido ou mesmo até
Quando em brandura trama a nossa fé,
Porquanto co’a esperança eu mal conviva.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

12/04



Diamantino sonho segue os rastros
Deixados pelos sonhos mais audazes
E sei do quanto quero e nada fazes
Enquanto o caminhar digere lastros
Vagando sem sentido além dos astros
O mundo se anuncia em tantas fases
E nelas o que possa e mesmo trazes
Rompesse com certeza frágeis mastros,
Idolatria apenas, nada mais...
O medo da verdade me atormenta
Sabendo do que possa após sangrenta
Verdade se espalhando em vendavais.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

11/04

Em tantas e diversas magnitudes
Os tempos entre enganos ou acertos
Os versos anunciam meus excertos
E sei do quanto possa ou mais iludes.
Já não pudesse ter tais atitudes
A vida se apresenta em vãos concertos
Ou mesmo após a queda os bons consertos
Jamais trariam mortas juventudes,
Semente se abortando em aridez
O quanto se desenha nada fez
E bebo finalmente este vazio
Que tanto quanto quero e não mais vem,
Marcando cada passo com desdém
Gerando o que inda possa ou desafio.

terça-feira, 10 de abril de 2018

10/04


Corcel que se encantou pela sereia
Movendo cada olhar buscando a praia
E quando em solidão fortuna esvaia
A noite traz a luz que mal rodeia,
E sei da nossa lua nunca cheia
Enquanto noutro ponto já desmaia
A velha sensação que tanto traia
Esta alma ora vazia e mesmo alheia.
Resumos de outras farsas doravante
Apenas o final quer e garante
Quem tente novo passo em tal destino,
E vendo esta diversa dimensão
Nas duras emoções que mostrarão
O quanto poderia e mal domino.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

09/04

Viveria cada caso
Onde possa ser feliz
Na presença deste ocaso
Já não vejo o quanto eu quis
A verdade não tem prazo
O meu passo por um triz,
A esperança que defaso
Trama o rumo e o contradiz,
Nada tenho de meu quando
O meu mundo se moldando
Joga as pedras sobre o mar
E projeto muito além
O caminho que ora vem
Com certeza constatar.

domingo, 8 de abril de 2018

08/04
Averbando meu passado
Nada pude e nem tentara
Contra a sorte da seara
Onde apenas já me evado,
O caminho desenhado
Noutro tom e não ampara
O que possa e se prepara
Neste anseio desenhado
Um noctívago poeta
No vazio se completa
E presume novo engodo,
Quem se fez sem ter denodo
Resumido em mera lama
Finalmente ao nada clama.

sábado, 7 de abril de 2018

07/04

Não seria de tal forma
O que veja noutro rumo
Quando a vida nos transforma
E traduz do sonho, o sumo,
Aguardando a velha norma
Neste todo eu me resumo,
E vagando sem reforma
A verdade em vão consumo,
Distinguindo cada engano
No final sempre me dano
E vergando contra a fúria
Da soturna mão atroz
Desenhando dentro em nós
O que rege tal incúria.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

06/04/18


Não tivera qualquer chance
Nem tampouco poderia
No que possa e não alcance
Traduzir esta harmonia
Que vivesse a cada dia
E no espaço onde se lance
Resumindo a fantasia
Pouco a pouco sempre avance,
Regimentos e corcéis
Outros dias feito féis
Nada pude conceber
Senão esta dor intensa
Que decerto é recompensa
Do tamanho desprazer.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Viver a eternidade em um segundo,
Com muita gana e tal intensidade,
E toda concretude e densidade,
D’um jeito nunca visto neste mundo.

Sentir n’um só segundo a soledade
Que habita no universo meu profundo,
Por entre os lodos meus, bem lá no fundo,
Viçando dentro em mim, na escuridade.

E libertar-me! Ir além de mim!
Para poder amar de novo alguém,
Sem essas mágoas, toda essa tristura.

Seria muito bom se fora assim...
Mas desta soledade sou refém,
E sigo assim, tão só, na noite escura.


Edir Pina de Barros


Viçosa primavera e na esperança
Da flórea sensação de ser feliz,
E vigorosamente o quanto eu quis,
Sem ter sequer temor algum avança,

O quanto se transforma em tal pujança
Pulsando dentro da alma e sei que fiz
Do céu bem mais nublado denso e gris
Um horizonte em paz que olhar alcança.

Porém ao acordar e ver em volta
A mesma turbulência sem sentido,
O sonho noutro instante dividido

Minha alma da esperança então se solta
E volta ao mesmo fúnebre cenário:
Retrato deste ser vão, solitário...
Viver a eternidade em um segundo,
Com muita gana e tal intensidade,
E toda concretude e densidade,
D’um jeito nunca visto neste mundo.

Sentir n’um só segundo a soledade
Que habita no universo meu profundo,
Por entre os lodos meus, bem lá no fundo,
Viçando dentro em mim, na escuridade.

E libertar-me! Ir além de mim!
Para poder amar de novo alguém,
Sem essas mágoas, toda essa tristura.

Seria muito bom se fora assim...
Mas desta soledade sou refém,
E sigo assim, tão só, na noite escura.


Edir Pina de Barros


Viçosa primavera e na esperança
Da flórea sensação de ser feliz,
E vigorosamente o quanto eu quis,
Sem ter sequer temor algum avança,

O quanto se transforma em tal pujança
Pulsando dentro da alma e sei que fiz
Do céu bem mais nublado denso e gris
Um horizonte em paz que olhar alcança.

Porém ao acordar e ver em volta
A mesma turbulência sem sentido,
O sonho noutro instante dividido

Minha alma da esperança então se solta
E volta ao mesmo fúnebre cenário:
Retrato deste ser vão, solitário...

quarta-feira, 4 de abril de 2018

04/04

Nada tenho de minha alma
E não vejo em reticência
O que possa em tal clemência
Ou quem sabe não acalma,
Conhecendo toda a palma
E do tempo esta ciência
Traduzindo a impertinência
Muito além do velho trauma.
Sendo assim a poesia
Nada mais se garantia
Sem sentido ou mesmo até
O caminho em rumo à fé
Tanto possa ou mais teria,
Mesmo quando vou à pé.

terça-feira, 3 de abril de 2018

03/04

Consciente do meu canto
Sem saber do quanto quis
Se eu pudesse ser feliz,
Mas sem rumo agora espanto
O meu mundo em desencanto
Minha sorte por um triz,
E sabendo o que desdiz
Resumindo o sonho em pranto.
Nada mais se aproximasse
E gerando o desenlace
Que tentei tanto evitar,
Enviando a vida em drama,
O caminho não me chama
E não possa a luz tocar.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

02/04

Navegando contra a fúria
Das marés em noite escura
A palavra diz penúria
E o meu sonho me tortura,
A verdade quando injúria
Superando o que amargura,
A versão já sem lamúria
Ou quem sabe, na alma impura,
Depurando cada passo
O que vejo e sempre traço
Trama o peso de uma luta
Sem saber do quanto pude
O meu passo segue rude
E minha alma ora reluta.

domingo, 1 de abril de 2018

01/04

Redimindo cada engano
O meu tempo se desenha
Onde fosse e não me dano
O que possa e não mais venha,
Da esperança sem que tenha
Outro tanto soberano,
Novamente o desengano
Resta na alma úmida lenha.
O passado se reserva
Onde a sorte feito serva
Não conserva o quanto pude
Sem saber de uma atitude
O meu passo se conserva
Neste tanto que ora ilude.