terça-feira, 21 de março de 2023

Aquilo que se fez em tempestade
Agora não permite novo sonho
E o todo se deveras decomponho
Cerceia a cada passo a liberdade
Meu canto noutro rumo enfim se evade
E sei do quanto possa até bisonho
Vagando contra o mar nada proponho
Senão a mais superna claridade,
Olhando para trás eu vejo bem
A vida como fora e quando vem
O tanto quanto quero e nada resta,
Servindo de repasto ao sofrimento
Por vezes outro rumo em vão eu tento
Trazendo dentro da alma a falsa festa.

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