sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Um ser que sem limites segue além
E nele se apresentem tantas faces
Enquanto na verdade não mais traces
O quanto; dita a vida, sem desdém

E sei do que inda venha e até contém,
Nas ânsias onde o todo que mostrasses
Vencendo sem temor quaisquer impasses
Trazendo enfim o tanto ao ser alguém.

Uma Alma que se mostre soberana
E nisto cada passo não se engana
Do ser que em vários seres se produz,

E cada um de nós, tenha a certeza
Moldando a plenitude em tal leveza
Transforma-se em sublime e rara luz.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Despido do sonho
Que ainda alimenta
A vida em tormenta
Ou passo medonho,

Meu verso eu componho
E nada me alenta
Semente sangrenta
De um tempo bisonho,

A porta cerrada
A noite sedada
Velada esperança,

O preço que cobra
A sorte em tal dobra
Ao nada se lança...

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

De corvos repasto
Crocitam agouros,
E sei dos tesouros,
Mas deles me afasto,

O tempo nefasto,
Busco ancoradouros
Bem mais duradouros,
Porém tempo gasto...

O preço a pagar
O fim a tocar
O olhar sem sentido,

O quanto se visse
Além da tolice
Ao nada regrido.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Ondeiam terrores
Vagando em tais mares
E quando notares
Ou mesmo supores

Verás os temores
E neles altares
Diversos ou bares,
Dispersos humores.

Matar quem se dera
A fonte sincera
Gerando outro fim,

Depois do que tento
Vencer desalento,
Libertar-me em mim.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Os dias impuros
Olhando em soslaio
O quanto me traio
Em tempos escuros,

Os solos mais duros,
Do todo um lacaio,
Ainda se caio
Quisesse outros muros,

Vencer o passado
O tempo marcado
Por sonhos reais

E nada se vendo
Somente o remendo
Em erros vitais.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Em lagos de sangue
Tormentas, batalhas
E quando detalhas
A fúria do mangue

A sorte transforma
E bebe o terror,
Pudesse em amor,
Porém leda forma,

E o fim se aproxima
Em atos cruéis
Vagando sem méis
O tempo outro clima,

A mãe se perdendo
Matricida horrendo.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Desertas cascatas
Em águas profanas,
E quando me enganas
Também arrebatas

E assim mal resgatas
As horas que ufanas
Onde as soberanas
Fizestes ingratas.

Expresso no ocaso
O quanto me atraso
E tento outro rumo,

E quando em verdade
O pouco que invade
Deveras escumo.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Nas praias diversas
Sereias e rocas
Aonde provocas
E nada dispersas,

Em ondas submersas
As sortes; deslocas
E quando ali locas
As tramas e versas

Ousando em palavra
Além desta lavra
O quanto se quis,

Na areia e nas ondas
Aonde te escondas
Mera cicatriz...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Negar o quanto venha
Após a tempestade
E ter a claridade
Do todo que provenha

Ou nada mais detenha
Quem busca o que ora invade
Deixando na verdade
Acesa a brasa e a lenha,

Mas vejo em frágua mansa
O rústico que alcança
A sorte em discordância

E nada se pudera
Ainda na sincera
Vontade em discrepância...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Um eremita, eu sigo
Sem ter a dimensão
Do porto ou da estação
Sequer de algum abrigo,

O quanto está comigo
E os dias que trarão
Num ermo coração
A dor, mas já não ligo,

E bebo cada gole
Do encanto que me esfole
E marque em vã ternura,

O senso mais agudo
E nisto se me iludo
A vida me tortura...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

O tempo traz em si
Verdades congruentes
E quando além tu sentes
O quanto presumi,

Deveras pressenti
Ainda que entrementes
Diversas as sementes
Nas quais me resumi.

Vestindo esta emoção
De ter na dimensão
Presença mais sutil,

O verso se desenha
Aonde não desdenha
O amor que ora se viu.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O tempo necessário
No passo com firmeza
Aonde sem surpresa
Adentro Era de Aquário

E vejo o solidário
Cenário em correnteza
Trazendo esta grandeza
Num grande relicário.

Prenunciando a sorte
Que tanto nos conforte
E gere novo encanto,

O ser ou não cristão
Não traz a dimensão
Do amor que sinto. Tanto.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Ao confluírem passos
Chegamos ao Senhor
E nele em resplendor
Ousamos novos traços,

E sendo mais escassos
Os dias onde a dor
Supere este louvor
Ou gere tais cansaços,

Purificando o solo,
A vida sem ter dolo,
No colo da Natura,

Encontro a liberdade
E nisto o que me invade,
Também tudo depura...

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Num único caminho
Ou mesmo em vários tons
Os dias serão bons
No raro e doce vinho,

E quando me avizinho
Além destes neons
Da natureza os sons
Regência do carinho,

O Deus que existe além
E que no todo tem
A mão que nos recolha,

Senão sem ter a meta
A vida se deleta
E traz ausência em bolha.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

No multifacetário
Momento em tom maior
O rumo que de cor
Se fez itinerário

Jamais sendo sectário
Expressa no suor,
A sorte bem melhor
Sem qualquer adversário,

E tendo em bela pluma
Leveza que nos ruma
Ao sabor deste vento,

Ainda que se atente
Razão saber e mente
Em livre pensamento.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Difícil ter nas mãos
A força e não usá-la
Minha alma hoje vassala
Exprime em novos grãos

Vertendo sobre os vãos
A lua que me avassala
Sem quarto, cama ou sala,
Cevando em paz irmãos.

E sei do quanto é frágil
Embora eu tente ágil
O salto sobre mim,

Liberta-me Senhor
Permita o claro amor.
Por ele é que hoje eu vim...

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Xamãs que possam ter
A paz em cada olhar
E nisto me ajudar
A ver amanhecer

Depois de me perder,
Sem rumo e sem lugar,
Ainda irei lutar
Nas ânsias do querer,

Vencendo os meus temores
E sem ter mais pudores
Alçar etéreo espaço,

Mas sei do quanto é rude
O sonho onde transmude
O quanto em luz eu caço.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Meus dias entre tantos
Rudimentares passos
Os vejo mais escassos
E bebo os vis quebrantos,

Mas sei dos lassos, prantos,
Mergulho entre os espaços
E quando em meus cansaços
Os cortes rompem mantos,

E tento em hinos vários
Momentos necessários
A quem já se liberta,

Porém a porta alerta
Deveras não aberta
Em ermos solitários...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Apenas a verdade
Liberta quem se traz
E mesmo se falaz
O tempo tanto agrade

Quem vence a claridade
E bebe o que é capaz
E o todo se desfaz
Aonde o bem degrade,

Pousasse noutro encanto
E vendo a cada canto
Momento mais feliz,

Porém, doce ilusão,
Vida em evolução
Distante do que eu quis.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

O medo não traduz
O quanto pude e quero
Sabendo ser sincero
O passo rumo à luz.

E sinto o quanto pus
Depois do tempo fero,
E nada mais espero
Senão quanto seduz,

O medo se enredando
No tempo outrora brando
Gerando o caos total,

E sinto o que se veja
Além da malfazeja
História desigual...

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Não pude acreditar
Nem mesmo em ilusões
Aonde o que me expões
Expressa o vão lutar

E nada a se mostrar
Senão velhas opções
Tolas proposições
E nelas vou buscar

As tantas heresias
Que cedo me trarias
Num único cenário

O pano vai caindo
E o tempo que ora findo
E sempre temerário.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Mumificando o canto
Depois de tanta luta
A sorte que se escuta
Gerada em desencanto,

Marcando o que adianto
Em passo que reluta
A senda mais astuta
A vida em ledo pranto,

Acordo e nada veio
Somente este receio
E nele o que se vira

Encontra o fim do jogo
E não procuro o rogo
Enquanto a terra gira...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Meu verso sem proveito
O tempo sem remédio
Ao desabar o prédio
Explode onde me deito,

E o quanto fosse aceito
De torpe e vago assédio
Adentra então tal tédio
E o sonho está desfeito,

Não pude e não quisera
Vencer a face fera
De quem se fez atroz,

Encontro uma resposta
Deveras sempre exposta
Enfim dentro de nós...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Brindando com veneno
O tempo sem sinal
De um tempo magistral
Ou mesmo mais sereno,

E quando me condeno
Em tom rude e boçal
Presumo desigual
O passo que quis pleno,

Ascendo ao que inda possa
Vencer ou já destroça
Marcando em ironia

O tanto que se espera
Na vida em vã esfera
Matando o dia a dia...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Liberta-me Senhor
Dos erros do passado,
O verso delicado
As tramas de um amor,

E nisto o refletor
Deveras apagado
Expressa o meu pecado
Em farta e leda dor,

Andando sem sentido
No prazo presumido
E o vento me tocando,

Ainda que se fosse
A vida bem mais doce,
O mundo é sempre infando...

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

El buscador es el que está en busca de sí mismo.
Sri Nisargadatta Maharaj



Buscando tão somente dentro em mim
O quanto resta e mesmo ainda venha,
A sorte se anuncia em tal resenha
E nela mergulhando de onde eu vim,

Vislumbro do princípio ao ledo fim,
Minha alma em plenitude já contenha
E nada do que possa se desdenha,
Arcando com desejos, sempre assim,

Nesta procura vejo tão somente
A cada novo passo se apresente
Sinal de outro momento feito um rastro,

E nesta pré-visão enquanto eu traço
A vida se moldando em novo espaço
Aonde sem temores eu me alastro.
Não tive tanta sorte
Nem mesmo merecia
A luta mais vadia
O preço que comporte

O verso aonde o corte
Pudesse e se anuncia
Envolto em fantasia
Já nada mais conforte

Quem tanto quis além
Do pouco que inda tem
Expresso o caos e sigo

Vencido a cada engano
O tempo onde me dano
Detém o desabrigo.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Já não me caberia
Pensar em dimensão
Diversa ou sensação
Que traz uma utopia,

Vestindo a hipocrisia
Os dias me trarão
Somente a decisão
Que mata a fantasia,

O berço se negando
O corte anunciando
A chaga que virá,

O preço se desvenda
E nada mais que a lenda
Encontro aqui ou lá.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Sem lógica e sem remo,
O tanto que pudera
Vencer velha quimera
Que ainda fútil temo,

O olhar que quis supremo
A mansidão da fera
No tempo degenera
E nisto enfim me extremo,

Calando dentro em mim
O quanto do festim
Previsse novo prazo,

Apenas vendo o lama
Que tanto ora me chama
Seguindo em pleno ocaso...