terça-feira, 31 de outubro de 2023

Adoro esse teu corpo cheio de mistério,
Desnudo sob a lua nesse terno rito
Contendo na garganta o rouco e morno grito
Que brota das entranhas desse teu império.

Esse teu corpo no meu corpo assim inscrito,
Quais rutilantes astros lá no véu sidério,
Nas noites sem luar, no manto seu cinéreo,
Sentindo no prazer a força do infinito.

Adoro esse teu corpo, suas mil veredas,
Caminhos que me levam aos íntimos espaços
Das mornas águas tuas borbulhando em mim

Sentir dentro em mim as tuas labaredas,
E de prazer morrer-me nesses teus enlaços,
Entregue ao teu fulgor, ao teu amor, enfim.


Edir Pina de Barros

Beber dessa loucura e não temer sequer
Cada momento atroz em rude solidão
E sei noites gentis que sempre moldarão
O quanto mais anseio e sei quando vier

Trazendo a magnitude e nisto o que puder
Tramar na mesma luz a imensa dimensão
Do amor que se fez tanto ousando em explosão
Em plenilúnio a noite expressa o quanto quer.

E percorrer o mar do amor quando nos toca,
Vencendo uma borrasca, expressando alegria,
E mesmo tão distante o olhar já concebia

Das praias da esperança, o quanto nos provoca,
A sede de seguir teus passos, rastros, sonho,
Ventura onde se tece o amor que te proponho.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Quisera apenas ter mais um minuto
E nada se veria de tal forma
Aonde a solidão já nos conforma
E nisto sem defesas não reluto,
O corte desenhando o medo e o luto
O prazo sem valia se deforma
E marca sem sentido a velha norma
E o canto poderia ser astuto,
Resulto deste insulto, solidão
E sei dos meus momentos que virão
Negando cada passo a quem se dera
Ousando ser feliz onde não há
Sequer outro caminho e desde já
Matando dentro em nós a primavera.

domingo, 29 de outubro de 2023

A vida se desenha onde desarme
O passo ou mesmo o sonho em desencanto
E quando no final nada garanto
O todo se moldara em falso alarme,
A luta sem sentido ao revelar-me
Momento aonde o mundo dita o pranto
Resulto deste medo em desencanto
Sem nada que pudesse contentar-me.
Apenas o meu canto sem proveito
E nisto com certeza eu me deleito
Gestando a solidão dentro de mim,
Depois de tantos anos sigo só
Voltando ao mesmo estágio sendo o pó
Trazido pelo vento em pleno fim.

sábado, 28 de outubro de 2023

Já não mais caberia alguma sorte
A quem se fez aquém do quanto eu quis
E o tempo desenhando a cicatriz
Aonde o desvario não comporte
Apenas o meu mundo não conforte
Quem tanto se perdera onde desfiz
O corte da emoção pela raiz
E o vento se aproxima e dita o norte,
Apresentando o caos dentro do peito
Ainda que pudesse satisfeito
Negara qualquer rumo em desafio,
E nada mais tentara senão isto
E quantas vezes tento e assim desisto
Num átimo sem rumo em céu sombrio.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Havendo qualquer tom diverso e alheio
Vagando entre as escoras do passado
Meu dia noutro tempo já degrado
E o canto sem sentido não receio,
Espero a solidão e quando veio
O sonho num enredo desdenhado
Apresentando o caos no renegado
Cenário aonde em vão me devaneio,
Escusas não prometem novo canto
E o todo se mostrara e não garanto
Sequer alguma paz dentro de mim,
E assim ao me mostrar completamente
Aonde outro momento busque e tente
O rastro se seguindo até o fim.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Guardando-me do medo aonde um dia
O tanto quanto eu quis não mais sentira
A vida se propõe, dita a mentira
E o corte na verdade se veria,
A morte da mais bela fantasia
Espreita o passo atroz e nos retira
Do canto aonde a morte se prefira
Detendo com olhar em agonia,
Espero apenas isso e nada mais,
Ainda quando possa em temporais
Usar desta palavra: liberdade.
Meu mundo se aproxima deste ocaso
E o canto noutro tempo em vão atraso
E a solidão decerto nos invade.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Julgasse outro momento aonde eu tente
Vencer o quanto possa em rumo atroz
A vida se desenha e cala a voz
Daquele que pudera impertinente,
Vagando noutro instante, num repente
O mundo se desenha dentro em nós
O tempo desvendando a velha foz
Ainda quando o canto ora se invente.
Vencido pelo caos tão corriqueiro
As horas neste tempo, o derradeiro
Evadem dos meus olhos tantos sonhos
E os erros se acumulam neste fato
Destarte o descaminho hoje constato
Em dias mais ferozes e enfadonhos.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Contentamento igual já não veria
Quem tanto quis a paz e se aproxima
Da sorte mais diversa noutro clima
E morre a cada ausência em agonia,
A porta se mostrando sem valia
A vida não suporta o quanto prima
E gesta no final sem auto estima
A velha e mais cruel hipocrisia,
O verso sem sentido o tempo curto
O medo se deduz e quando encurto
O sonho em cenário degradante
A luta se aproxima do final,
Ainda se desenha em virtual
Caminho o que sequer a paz garante.
Contentamento igual já não veria
Quem tanto quis a paz e se aproxima
Da sorte mais diversa noutro clima
E morre a cada ausência em agonia,
A porta se mostrando sem valia
A vida não suporta o quanto prima
E gesta no final sem auto estima
A velha e mais cruel hipocrisia,
O verso sem sentido o tempo curto
O medo se deduz e quando encurto
O sonho em cenário degradante
A luta se aproxima do final,
Ainda se desenha em virtual
Caminho o que sequer a paz garante.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Há tanto o que fazer e nada tento
Somente perguntando a direção
Dos dias sem motivo que trarão
O velho e contumaz alheamento,
Mergulho noutro engodo e, desatento
A sorte se transcorre em negação
Depois de outros momentos se verão
O prazo em mais completo esgotamento,
A luta não termina e sei do quanto
Pudesse caminhar e se me espanto
A morte desdenhando algum futuro
Já nada mais conforta quem sonhara
E traz a solidão em noite amara
O tempo mais diverso além procuro.

domingo, 22 de outubro de 2023

Na ponta desta faca o fio, o corte
E o sangue se escorrendo a todo medo
E quando no final eu me concedo
Apenas o vazio se suporte,
Não pude mais conter a velha sorte
E o tempo desenhando em desenredo
O caos onde se vendo o mundo ledo
Sem nada que deveras me conforte,
Ainda quando pude acreditar
Nas ânsias e no tempo a se mostrar
Desnuda realidade em desafio,
O quanto se renega e nada vem
A sorte se apresenta muito aquém
Trazendo este momento mais sombrio.

sábado, 21 de outubro de 2023

Ninguém já me traria algum sentido
Ao quanto se perdera sem alcance
E quando se percebe num nuance
O passo noutro encanto presumido,
Além do quanto pude e não duvido
O mundo se desenha e nunca avance
Ainda quando invento e já me canse
O resto se desenha desprovido,
Ocasionando a queda de quem tanto
Pudesse desejar o que garanto
Ser mais que meramente o caos e o fim,
Já nada mais comporta o velho sonho,
Apenas o que tanto decomponho,
Matando o quanto resta vivo em mim.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Não quero mais sentir a solidão
Nem mesmo outro momento tão venal
O corte se mostrara em ritual
Matando em nascedouro a geração
Os erros na verdade mostrarão
Apenas o caminho sem degrau
E o tanto que pudesse bem ou mal
Gerara no meu peito indecisão,
Ouvindo em noite clara um bandolim
O tempo se desenha dentro em mim
E visto a fantasia de um passado
Aonde fui feliz e não pensara
Na sorte mais audaz e a vida rara
Por onde sem temor e em paz invado.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A pútrida faceta da verdade
Sem nada que pudesse me trazer
Algum momento feito em tal prazer
E nisto o quanto resta a vida evade,
E o passo se desenha em claridade
No tanto sem sentido a se colher,
Ainda noutro rumo eu posso ver
O todo sem destino ou liberdade,
Alçasse dentro em nós novo momento
E quando no final ainda tento
Vencer a solidão e não consigo
Meu verso se calando sem sentido
O prazo determina o quanto olvido
E marco o sentimento em desabrigo.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Jogado pelas ruas, um mendigo
Apenas ledo pária não espera
Sequer quanto trouxe a vida fera
E nisto outro momento em vão maldigo,
Espreito e na verdade não prossigo
Ousando muito além do que pudera
Marcando a vida quando destempera
E gera após o medo o desabrigo,
Esqueço dos meus dias e permito
A vida se mostrando no finito
Caminho; aonde o pude desenhar
Depois de cada passo a se mostrar
No tempo mais audaz, duro granito
Trazido pelo sonho, devagar.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Himeneu dos sonhos, fantasia
Gerando esta esperança sem sentido
E quando na verdade inda duvido
Do tempo aonde o nada mais viria
A luta se desenha em noite fria
O corte noutro passo resumido,
O prazo determina o distraído
Cenário aonde o canto se esvaía.
Bagagens que carrego dentro em mim
O tanto quanto possa traz no fim
Ultrizes cicatrizes de quem tanto
Vencido pelo ocaso em noite rude
Aos poucos com certeza desilude
Amordaçada voz já não garanto.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Sonhara com momento mais diverso
Do quanto poderia noutro sonho
E quando este tormento decomponho
Ousando neste passo em universo
A sorte desdenhosa hoje eu disperso
E bebo do cenário mais bisonho
Repare cada passo e quando enfronho
Esqueço ou mesmo alheio, desconverso.
Desprezas cada lavra do meu solo
E nada no final ainda assolo
Gerando a solidão invés da luz,
Apresentando ao fim de certo tempo
Somente o que inda trago em contratempo
E a sorte na verdade não traduz.

domingo, 15 de outubro de 2023

Jamais eu poderia acreditar
Em tantas ironias do destino
E sei do quanto possa e não domino
Sequer algum instante o céu e o mar,
Vagando sem saber onde ancorar
O prazo determina o que no ensino
Expressa o doloroso desatino
E mata a cada instante devagar,
Apresentando assim minhas escusas
Ainda quando em vão decerto abusas
Esqueço o meu passado e sigo a ti,
Do todo que eu quisera nada vindo
Apenas o momento enquanto blindo
O amor que bem já sei, não mereci.

sábado, 14 de outubro de 2023

Respondes a quem tanto quis um mundo
Diverso do que existe ou mesmo crê
A vida se anuncia sem por que
E nisto em todo engodo eu me aprofundo
O velho coração de um vagabundo
A sorte sem juízo nada vê
E o tempo se mostrara sem um quê
De sorte ou de alegria, nauseabundo.
Escassas noites dizem do abandono
E o canto aonde enfim me desabono
Moldara dentro em nós o sentimento,
Audaciosamente sigo em frente
Ainda quanto mais a sorte eu tente
Apenas o vazio experimento.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Tentáculos da sorte nos tocando
E o prazo determina o fim de tudo
E quando no final me desiludo
O gesto noutro caos se anunciando
O mundo se desenha desde quando
O corte se anuncia e não desgrudo
Do ocaso aonde houvesse um tempo mudo
E nada mais pudesse desolando,
O cândido caminho não se dera
Jogando para longe a primavera
Marcando em consistência mais sombria
O todo desejado e nunca visto,
A sorte na verdade ora desisto
E apenas o tormento me traria.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Ungida maravilha feita em glória
Presença de um amor que sem fronteiras
Desenha aonde o todo sempre queiras
Sem nada mais do quanto fosse escória,
Marcando cada passo na memória
Da luta entre diversas vãs bandeiras
E o marco mais audaz noutras roseiras
Gerando no final cor merencória,
Aromas em constante mutação
Os olhos na verdade não verão
Sequer a menor luz neste horizonte
E tanto se pudera ser assim
Matando o quanto resta dentro em mim
Ainda quando o tempo em vão desponte.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A vida não pudera ser assim
E o tempo desenhasse novo rumo
Aonde com certeza eu não me aprumo
E morro um pouco mais dentro de mim,
O vento se moldara e sei que enfim
Da sorte sem caminho eu já consumo
Apenas o vazio e me resumo
No canto sem saber do quanto eu vim,
Em nada se garante o amanhecer
De quem já conhecendo o desprazer
Pudesse adivinhar outro lamento,
E quando mergulhasse no teu mar
Ainda quando pude navegar
O coração entregue inteiro ao vento.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Não quero novamente
Sentir o que se possa
E mesmo sendo nossa
A vida tanto mente
E a lua pertinente
Ousando além da roça
Vestindo esta palhoça
De prata iridescente,
Vestígios de outras eras
E quando me temperas
Com todo o teu encanto
Apenas o vazio
No fundo desafio
E o medo não garanto.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Bramindo com a fúria
De quem se fez audaz
A sorte não me traz
Senão farta penúria
E o todo desta incúria
Gerasse o que se faz
Matando o passo atrás
Da vida em tal lamúria
Perdendo a direção
Dos dias que verão
Apenas descaminhos
Meus passos sem sentido
O todo resumido
Em traços tão daninhos.

domingo, 8 de outubro de 2023

Bebesse cada gole
Da vida em aguardente
Ainda se ressente
do quanto sempre bole
E o tempo no assole
Matando o imprevidente
Caminho onde se sente
A vida e já se atole
Engodos são comuns
Momentos sei de alguns
E nada me consola
Apenas meu vazio
Enquanto desafio
A dor entra de sola

sábado, 7 de outubro de 2023

Aprendo com apenas outro engano
E sei do quanto pude e não viera
Marcando o que deveras destempera
Gerando noutro passo o velho dano,
E não pudesse mais seguir profano
Trazendo no vazio esta quimera
E a luta sem sentido algum não gera
Sequer o quanto quero e não explano
O medo se mostrara mais constante
E nada do que possa se garante
Após a tempestade mais feroz,
Dos erros e delírios costumeiros
Apenas os cenários sem canteiros
E o rio se perdendo dentro em nós.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Vestígios de outros tempos na verdade
Expressam o que tento e não consigo
Ainda dentro da alma o desabrigo
Aonde o meu caminho se degrade
E quanto se traduz em realidade
E deixo para lá ou não prossigo
Vencido caminheiro em tal perigo
O prazo se mostrara em falsidade
Esqueço do meu mundo e me percebo
E quando noutro sonho este placebo
Desenha o que inda rege esta esperança
Marcando em tom atroz o que me resta
A vida adentra então em leda fresta
E o nada noutro passo não se alcança.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Jogado sobre as pedras e somente
Vestindo o quanto pude não se quis
O tempo na verdade contradiz
O que meu coração apenas mente,
E soma do passado esta semente
Gerando dentro em nós o tempo gris
Mergulho aonde o nada me desdiz
E o verso se mostrara imprevidente
Um verso libertário não pudesse
Reger minha emoção em nova prece
Tampouco desenhar novo momento
E sem sentido algum já nada marca
A luta aonde o tempo dita a parca
Vontade em tal diverso complemento

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O prazo terminando, a vida rege
O quanto não sabia nem buscava
Minha alma da emoção a mera escrava
O passo se anuncia quase herege,
E o tanto quanto pude não me traz
Sequer algum caminho em providência
A vida se mostrara sem ciência
E o medo noutra face é mais voraz
Acolho cada engodo em nova luta
Ainda quando a sorte em vão reluta
Desanimado sigo sem saber
O quanto do meu canto pude ver
A noite se anuncia bem mais bruta
E a morte se desenha, entardecer.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Amor já não seria mais teórico
Nem mesmo outro sinal me orientasse
Gerando em discordância novo impasse
Aonde poderia estar eufórico
Um passo noutro instante, meteórico
O rústico cenário se mostrasse
Aonde sem defesas modulasse
O tempo noutro encanto mais retórico
O prazo determina o fim de tudo
E quando no final me desiludo
Apenas não conheço o tempo em paz
Assisto a derrocada deste sonho
E sei do quanto pude ser tristonho
E neste delirar já nada faz.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Não vejo qualquer fonte de esperança
Sequer outro momento aonde um dia
Mergulho no vazio e em tez sombria
A sorte em desenredo ora se lança
O sortilégio dita esta mudança
Matando o quanto houvera e ora jazia
Matando dentro em mim a melodia
Tornando sem sentido o que me alcança,
Esquivo-me dos erros no abandono
E quando noutro caos eu já me adono
Expresso a solidão e nada vejo
Senão a solução bem mais distante
E o passo na tormenta não garante
Talvez a menor sombra de um desejo.

domingo, 1 de outubro de 2023

Ainda quando possa em aquarela
Ousar novo momento, a minha vida
De todo descaminho desprovida
Apenas o vazio ora revela
E sendo de tal forma a velha tela
A sorte noutra luta mais sentida
Expressa a solidão e não duvida
Do quanto dia a dia em vão se atrela
Presentear a dita com tal fato
Aonde sem sentido algum constato
Retrato discordante do futuro
Meu mundo discorrendo sobre o nada
A luta a cada passo foi selada
Somente pelo cais mais inseguro.