Espalhe em teu caminho um diamante
E faça deste sol teu companheiro.
O brilho que se mostra num instante
Permite que se aqueça o mundo inteiro.
Assim ao perceber quanta beleza
Espelha-se em teu rosto tu verás,
A força natural da correnteza
Trazendo para todos nós, a paz.
E nela uma verdade imorredoura
A mais sublime glória se pressente
Na luz que nos suprime enquanto doura
Mostrando quanto amor se faz urgente
Sabendo do poder da fantasia.
Eu bebo desta fonte noite e dia
domingo, 31 de outubro de 2021
sábado, 30 de outubro de 2021
Apenas amizade sabe e diz
Do jogo que se faz mais envolvente
A vida se permite ao aprendiz
Mostrando o que se quer, após, da gente.
A par destes caminhos, sigo ereto
Bebendo em cada fonte água mais pura.
Amor já não suporta qualquer veto,
É feito em perfeição quando em ternura.
Aprendo a cada dia mais um pouco,
É necessário sempre estar atento.
A solidão de um brado quase rouco
Condena uma esperança ao sofrimento.
Por isso, minha amiga, amada amante
Espalhe em teu caminho um diamante...
Do jogo que se faz mais envolvente
A vida se permite ao aprendiz
Mostrando o que se quer, após, da gente.
A par destes caminhos, sigo ereto
Bebendo em cada fonte água mais pura.
Amor já não suporta qualquer veto,
É feito em perfeição quando em ternura.
Aprendo a cada dia mais um pouco,
É necessário sempre estar atento.
A solidão de um brado quase rouco
Condena uma esperança ao sofrimento.
Por isso, minha amiga, amada amante
Espalhe em teu caminho um diamante...
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
Permite que se mude a humanidade
O braço mais suave de quem toca
Ao transmitir amor em amizade,
Exprime a sutileza desta troca
Na qual os vencedores são os dois,
Sem termos de vitória ou redenção.
A glória se mostrando no depois
Expressa a maravilha do perdão
A face carcomida da mentira
Toda excrescência podre da vaidade,
Ao pélago profundo amor atira
Sobrando tão somente uma amizade.
O quanto que é preciso ser feliz,
Apenas amizade sabe e diz..
O braço mais suave de quem toca
Ao transmitir amor em amizade,
Exprime a sutileza desta troca
Na qual os vencedores são os dois,
Sem termos de vitória ou redenção.
A glória se mostrando no depois
Expressa a maravilha do perdão
A face carcomida da mentira
Toda excrescência podre da vaidade,
Ao pélago profundo amor atira
Sobrando tão somente uma amizade.
O quanto que é preciso ser feliz,
Apenas amizade sabe e diz..
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
Conturba enquanto acalma toda a gente
O corte tão suave da navalha
O fogo que se mostra de repente
Num momento maior assim se espalha.
Não vendo sequer credo, cor ou raça
Amor é tempestade redentora.
Vigia enquanto toma toda a praça
Felicidade intensa e sofredora.
Algoz que amaciando nos domina,
Estrela desabada em noite escura;
Transborda em mar imenso a calma mina,
Amaciando a pedra outrora dura.
Amor sem ter juízo, em sanidade
Permite que se mude a humanidade...
O corte tão suave da navalha
O fogo que se mostra de repente
Num momento maior assim se espalha.
Não vendo sequer credo, cor ou raça
Amor é tempestade redentora.
Vigia enquanto toma toda a praça
Felicidade intensa e sofredora.
Algoz que amaciando nos domina,
Estrela desabada em noite escura;
Transborda em mar imenso a calma mina,
Amaciando a pedra outrora dura.
Amor sem ter juízo, em sanidade
Permite que se mude a humanidade...
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
Causando a mais feroz inundação
O que era gotejar já se transforma
A vida não detém tal furacão
Que muda num momento a sua forma
E o que era placidez não mais comporta
Ebulição extrema rompe o cais,
Abrindo em supetão, arromba a porta
Em pânicos divinos, sensuais.
O quanto que se entorna eu não duvido
O amor quando em total efervescência
Expandindo o arrebol com alarido
Mostrando a mais cruel, viva potência.
No fogo que se faz tão inclemente,
Conturba enquanto acalma toda a gente...
O que era gotejar já se transforma
A vida não detém tal furacão
Que muda num momento a sua forma
E o que era placidez não mais comporta
Ebulição extrema rompe o cais,
Abrindo em supetão, arromba a porta
Em pânicos divinos, sensuais.
O quanto que se entorna eu não duvido
O amor quando em total efervescência
Expandindo o arrebol com alarido
Mostrando a mais cruel, viva potência.
No fogo que se faz tão inclemente,
Conturba enquanto acalma toda a gente...
terça-feira, 26 de outubro de 2021
Delícia que se toma em incerteza
Um indomável sonho que aprisiona
Em supetão impede uma defesa
Ao mesmo tempo doma e se faz dona
Do quanto que inda tenho de só meu,
Paixão não quer saber, inda duvida.
De tudo que tivera e se perdeu,
Não quer e nem permite que divida.
As dívidas pagando com meu sangue,
O gosto quase podre da maçã.
A praia se perdendo neste mangue
Bendita solução para o amanhã;
Na mansa corredeira uma explosão,
Causando a mais feroz inundação.
Um indomável sonho que aprisiona
Em supetão impede uma defesa
Ao mesmo tempo doma e se faz dona
Do quanto que inda tenho de só meu,
Paixão não quer saber, inda duvida.
De tudo que tivera e se perdeu,
Não quer e nem permite que divida.
As dívidas pagando com meu sangue,
O gosto quase podre da maçã.
A praia se perdendo neste mangue
Bendita solução para o amanhã;
Na mansa corredeira uma explosão,
Causando a mais feroz inundação.
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Antíteses expressam a paixão!
Metade que te adora já sorri
Enquanto em outra parte a negação
Traduz o que em verdade concebi.
Não quero e te desejo a cada instante
Renego tua luz, mas sou falena.
O vento que me tortura num instante
Esconde a brisa mansa e tão serena.
Fartura traz a seca e me deserta,
Fragilidade emprega força imensa;
Estrada sonegada vai aberta
Na fome que se aplaca, a recompensa.
Neste agridoce fruto sobre a mesa,
Delícia que se toma em incerteza...
Metade que te adora já sorri
Enquanto em outra parte a negação
Traduz o que em verdade concebi.
Não quero e te desejo a cada instante
Renego tua luz, mas sou falena.
O vento que me tortura num instante
Esconde a brisa mansa e tão serena.
Fartura traz a seca e me deserta,
Fragilidade emprega força imensa;
Estrada sonegada vai aberta
Na fome que se aplaca, a recompensa.
Neste agridoce fruto sobre a mesa,
Delícia que se toma em incerteza...
domingo, 24 de outubro de 2021
Às vezes é cruel, totalitária,
A mão que nos permite caminhar.
Por vezes nossa amiga ou adversária
Estende enquanto nega este luar.
Aragens tão diversas e complexas,
Extremas emoções se perfilando.
Em formas muitas vezes desconexas
Ódio e paixão um fogo ardente e brando.
Altar vezes profano, outras sagrado,
Espúrias indigências, mil tesouros,
Desértica presença em rico brado,
Efêmeros momentos duradouros.
No sim que se redoma em negação
Antíteses expressam a paixão...
A mão que nos permite caminhar.
Por vezes nossa amiga ou adversária
Estende enquanto nega este luar.
Aragens tão diversas e complexas,
Extremas emoções se perfilando.
Em formas muitas vezes desconexas
Ódio e paixão um fogo ardente e brando.
Altar vezes profano, outras sagrado,
Espúrias indigências, mil tesouros,
Desértica presença em rico brado,
Efêmeros momentos duradouros.
No sim que se redoma em negação
Antíteses expressam a paixão...
sábado, 23 de outubro de 2021
Amor em plena paz traz liberdade.
Rompendo estas algemas, peito aberto,
Encaro a mais temível tempestade
Aguando de esperanças meu deserto.
Numa expressão comum, mas verdadeira
Uma união permite a fortaleza
Quem tem esta certeza por bandeira
Já sabe que quem ama não despreza
Todo o poder que vem desta emoção,
Louvando assim por certo, o poderio
Do quanto em artimanhas, tal paixão
Aquece e desfigura qualquer frio.
Soando como voz mais libertária
Às vezes é cruel, totalitária...
Rompendo estas algemas, peito aberto,
Encaro a mais temível tempestade
Aguando de esperanças meu deserto.
Numa expressão comum, mas verdadeira
Uma união permite a fortaleza
Quem tem esta certeza por bandeira
Já sabe que quem ama não despreza
Todo o poder que vem desta emoção,
Louvando assim por certo, o poderio
Do quanto em artimanhas, tal paixão
Aquece e desfigura qualquer frio.
Soando como voz mais libertária
Às vezes é cruel, totalitária...
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
Emaranhando em nós, todo o prazer
O jogo vai chegando a um termo bom.
Apaziguados, ambos podem ver
O céu se matizando em manso tom.
Aromas que penetram as narinas
De flores tão diversas, perfumosas.
Enquanto tu seduzes, já dominas
Cevando noites belas, maviosas.
Amor em total brilho e com presteza
Não deixa mais sequer que alguém duvide
Da força que ao vencer a correnteza
A sorte em um momento assim decide.
Expresso em cada verso esta verdade:
Amor em plena paz traz liberdade.
O jogo vai chegando a um termo bom.
Apaziguados, ambos podem ver
O céu se matizando em manso tom.
Aromas que penetram as narinas
De flores tão diversas, perfumosas.
Enquanto tu seduzes, já dominas
Cevando noites belas, maviosas.
Amor em total brilho e com presteza
Não deixa mais sequer que alguém duvide
Da força que ao vencer a correnteza
A sorte em um momento assim decide.
Expresso em cada verso esta verdade:
Amor em plena paz traz liberdade.
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
Renego as incertezas, andarilhas,
Acendo, com firmeza este farol,
Depois de navegar distantes ilhas
Aporto à maravilha de um atol,
Legando ao meu passado tais naufrágios
Expressas ilusões de um peito só.
Amor agora paga com mil ágios
Fazendo-me surgir do amargo pó.
Matéria que se fez outrora bruta,
Agora lapidada e cristalina
Mostrando-se deveras tão arguta
Cenário em cores claras já domina.
Elaborando um novo alvorecer
Emaranhando em nós, todo o prazer...
Acendo, com firmeza este farol,
Depois de navegar distantes ilhas
Aporto à maravilha de um atol,
Legando ao meu passado tais naufrágios
Expressas ilusões de um peito só.
Amor agora paga com mil ágios
Fazendo-me surgir do amargo pó.
Matéria que se fez outrora bruta,
Agora lapidada e cristalina
Mostrando-se deveras tão arguta
Cenário em cores claras já domina.
Elaborando um novo alvorecer
Emaranhando em nós, todo o prazer...
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Amor em amplitude, ao rés do chão,
Expira se não for tão bem cuidado,
Saudade vem florindo este botão
Perfumes se aproximam, lado a lado.
O Fado sem enfado nos permite
Viés em positivas referências.
Espera que ao amor já se credite
Calando as mais prováveis insolvências.
Sorvendo cada gota deste sonho,
Nas fráguas estelares eu navego,
Meu barco nestas frotas logo eu ponho
Mudando este destino em duplo cego
Agora que conheço tuas trilhas,
Renego as incertezas, andarilhas...
Expira se não for tão bem cuidado,
Saudade vem florindo este botão
Perfumes se aproximam, lado a lado.
O Fado sem enfado nos permite
Viés em positivas referências.
Espera que ao amor já se credite
Calando as mais prováveis insolvências.
Sorvendo cada gota deste sonho,
Nas fráguas estelares eu navego,
Meu barco nestas frotas logo eu ponho
Mudando este destino em duplo cego
Agora que conheço tuas trilhas,
Renego as incertezas, andarilhas...
terça-feira, 19 de outubro de 2021
Dormita em noite vã, fria e nublada
Aquela que se fez minha esperança,
História há tanto tempo mal forjada
Deixando uma poeira na lembrança
Do pó no qual amor ora se fez
O risco de tropeço é inerente.
O fardo tão pesado, insensatez,
É tudo o que se tem; o que se sente.
Estendo ao infinito os meus olhares
Enfronho a solidão neste horizonte.
Aonde eu percebi que tu locares
O sonho; já secou a antiga fonte
Que eu sei, pressagiara uma ilusão,
Amor em amplitude, ao rés do chão...
Aquela que se fez minha esperança,
História há tanto tempo mal forjada
Deixando uma poeira na lembrança
Do pó no qual amor ora se fez
O risco de tropeço é inerente.
O fardo tão pesado, insensatez,
É tudo o que se tem; o que se sente.
Estendo ao infinito os meus olhares
Enfronho a solidão neste horizonte.
Aonde eu percebi que tu locares
O sonho; já secou a antiga fonte
Que eu sei, pressagiara uma ilusão,
Amor em amplitude, ao rés do chão...
segunda-feira, 18 de outubro de 2021
Eu bebo desta fonte noite e dia-
Insânia com carinhos misturada
Ferrolho que emoção decerto abria
Imagem que restou; imaculada.
O verso em que desenho o meu futuro
Esbarra numa métrica infeliz.
O chão vai se moldando árido e duro
Residual desejo que ontem quis
As cinzas do cigarro se espalhando
Nos céus que imaginara serem nossos.
Migalhas do que eu quero vão tomando
O quanto são profundos velhos poços
A lua que se fora enamorada
Dormita em noite vã, fria e nublada...
Insânia com carinhos misturada
Ferrolho que emoção decerto abria
Imagem que restou; imaculada.
O verso em que desenho o meu futuro
Esbarra numa métrica infeliz.
O chão vai se moldando árido e duro
Residual desejo que ontem quis
As cinzas do cigarro se espalhando
Nos céus que imaginara serem nossos.
Migalhas do que eu quero vão tomando
O quanto são profundos velhos poços
A lua que se fora enamorada
Dormita em noite vã, fria e nublada...
domingo, 17 de outubro de 2021
No olhar tão sedutor de uma amizade
Minha última esperança de vitória.
Quem sabe no final, tranqüilidade
Refaça todo o rumo desta história.
Imerso em noite negra eu não previra
As tramas tão sutis, inesperadas,
Por mais que eu sei que o mundo sempre gira
Não pude perceber novas estradas
Que foram se formando em meus caminhos,
Unindo nossas mãos, fortalecendo.
Ao ver que assim tirávamos espinhos
Um canto mais suave se tecendo.
Adentram nossos sonhos solidários,
Na amargura sem par dos solitários.
Minha última esperança de vitória.
Quem sabe no final, tranqüilidade
Refaça todo o rumo desta história.
Imerso em noite negra eu não previra
As tramas tão sutis, inesperadas,
Por mais que eu sei que o mundo sempre gira
Não pude perceber novas estradas
Que foram se formando em meus caminhos,
Unindo nossas mãos, fortalecendo.
Ao ver que assim tirávamos espinhos
Um canto mais suave se tecendo.
Adentram nossos sonhos solidários,
Na amargura sem par dos solitários.
sábado, 16 de outubro de 2021
Expressa alguma luz neste poente
Os olhos de uma amiga, coisa rara.
O quanto em vida fora um penitente
Ao final desta história a mão ampara.
Tragado pelo mar, redemoinhos,
Entregue a mais completa solidão.
Na ausência tão perene de carinhos
Acostumado ao mesmo, eterno não.
Eu vejo uma esperança que se forma
No vento da amizade benfazeja.
No peito prometendo uma reforma,
A luz tão delicada em que se veja
O brilho redentor da liberdade,
No olhar tão sedutor de uma amizade...
Os olhos de uma amiga, coisa rara.
O quanto em vida fora um penitente
Ao final desta história a mão ampara.
Tragado pelo mar, redemoinhos,
Entregue a mais completa solidão.
Na ausência tão perene de carinhos
Acostumado ao mesmo, eterno não.
Eu vejo uma esperança que se forma
No vento da amizade benfazeja.
No peito prometendo uma reforma,
A luz tão delicada em que se veja
O brilho redentor da liberdade,
No olhar tão sedutor de uma amizade...
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
A pele se esvaindo na saudade,
Expõe minhas entranhas, vagos lumes.
Carpindo a perda amarga, na verdade
A vida não me traz qualquer perfume.
Abutres vão fazendo os seus repastos
No corpo carcomido, entregue às moscas.
Sonhara com amores puros castos,
As luzes se tornaram bem mais foscas.
O beijo da pantera ao fim do dia,
Gargalha em ironia, extasiada.
Do quanto que pensara em fantasia
Não sobra, com certeza, quase nada
Somente um gesto antigo e renitente,
Expressa alguma luz neste poente...
Expõe minhas entranhas, vagos lumes.
Carpindo a perda amarga, na verdade
A vida não me traz qualquer perfume.
Abutres vão fazendo os seus repastos
No corpo carcomido, entregue às moscas.
Sonhara com amores puros castos,
As luzes se tornaram bem mais foscas.
O beijo da pantera ao fim do dia,
Gargalha em ironia, extasiada.
Do quanto que pensara em fantasia
Não sobra, com certeza, quase nada
Somente um gesto antigo e renitente,
Expressa alguma luz neste poente...
quinta-feira, 14 de outubro de 2021
O fogo da saudade é mais audaz,
Não deixa sobrevir qualquer concórdia.
Enquanto a solidão amarga traz
A vida sem mudanças, monocórdia.
Ardendo nos meus olhos tal fumaça
Que enquanto não cessar o fogaréu
Aos poucos o que resta, assim esgarça
Fadando à treva imensa, este meu céu.
A carapuça agora já me cabe,
Não tenho outras palavras por dizer,
Bem antes que o castelo, enfim desabe,
Quem sabe, tenho a sorte de morrer.
Vivendo na mais frágil frialdade,
A pele se esvaindo na saudade...
Não deixa sobrevir qualquer concórdia.
Enquanto a solidão amarga traz
A vida sem mudanças, monocórdia.
Ardendo nos meus olhos tal fumaça
Que enquanto não cessar o fogaréu
Aos poucos o que resta, assim esgarça
Fadando à treva imensa, este meu céu.
A carapuça agora já me cabe,
Não tenho outras palavras por dizer,
Bem antes que o castelo, enfim desabe,
Quem sabe, tenho a sorte de morrer.
Vivendo na mais frágil frialdade,
A pele se esvaindo na saudade...
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
Tomando todo o céu de minha vida
As nuvens vão negando uma esperança.
A sanha há tanto tempo decidida
Esfarrapando o sonho, já me cansa.
O quase que domina minha história,
Descreve em solidão tudo que tive.
Por puro regozijo da memória
Refaço estes caminhos onde estive.
Migalhas de alegrias relembradas,
Aumentam dissabores, amarguras,
As esperanças todas já logradas
Entranham nos meus olhos tais torturas.
Somando o nada ao nada que me dás,
O fogo da saudade é mais audaz...
As nuvens vão negando uma esperança.
A sanha há tanto tempo decidida
Esfarrapando o sonho, já me cansa.
O quase que domina minha história,
Descreve em solidão tudo que tive.
Por puro regozijo da memória
Refaço estes caminhos onde estive.
Migalhas de alegrias relembradas,
Aumentam dissabores, amarguras,
As esperanças todas já logradas
Entranham nos meus olhos tais torturas.
Somando o nada ao nada que me dás,
O fogo da saudade é mais audaz...
terça-feira, 12 de outubro de 2021
Formada pelas chagas da saudade
Mortalha que me cobre em noite escura,
A mão de quem se deu em falsidade
Durante a vida inteira me procura
E rasga, num momento, uma esperança
Vendendo seus pedaços numa esquina.
O medo de sonhar, quando me alcança
Um pouco do que resta inda extermina.
Minando uma existência outrora em paz,
Fadando a minha senda ao desengano,
Farrapos do que fui; saudade traz,
Num ato em desvario, desumano.
A morte da alegria assim tecida,
Tomando todo o céu de minha vida.
Mortalha que me cobre em noite escura,
A mão de quem se deu em falsidade
Durante a vida inteira me procura
E rasga, num momento, uma esperança
Vendendo seus pedaços numa esquina.
O medo de sonhar, quando me alcança
Um pouco do que resta inda extermina.
Minando uma existência outrora em paz,
Fadando a minha senda ao desengano,
Farrapos do que fui; saudade traz,
Num ato em desvario, desumano.
A morte da alegria assim tecida,
Tomando todo o céu de minha vida.
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
Mergulho no passado, insano e frio
Estendo uma saudade no varal,
Recolho cada gota do vazio
Que um dia transbordou neste embornal.
A vida escarifica pouco a pouco
Aumenta esta ferida no meu peito,
O grito que se faz audaz e rouco
Estronda tão distante e nega o preito.
Argúcia se mostrando sempre inútil,
Escancarando a face desumana
Do tempo que se molda insano e fútil
Matando ao mesmo tempo desengana.
Soprando sobre nós a tempestade
Formada pelas chagas da saudade...
Estendo uma saudade no varal,
Recolho cada gota do vazio
Que um dia transbordou neste embornal.
A vida escarifica pouco a pouco
Aumenta esta ferida no meu peito,
O grito que se faz audaz e rouco
Estronda tão distante e nega o preito.
Argúcia se mostrando sempre inútil,
Escancarando a face desumana
Do tempo que se molda insano e fútil
Matando ao mesmo tempo desengana.
Soprando sobre nós a tempestade
Formada pelas chagas da saudade...
domingo, 10 de outubro de 2021
Adentro a profundeza da masmorra,
Levado pelos braços da saudade.
Imagem do que tive já se borra
Amortalhando assim a claridade.
O quanto amor se fez autofagia,
Estremas as unções que tu me destes,
Carpindo as mais sinceras fantasias,
Epidêmicas dores, velhas pestes.
Um mantra repetido à exaustão
Um dia prometera nova sorte.
Saudade do que fora uma ilusão
Condena uma esperança, assim à morte.
O pátio dos meus sonhos vai vazio,
Mergulho no passado, insano e frio...
Levado pelos braços da saudade.
Imagem do que tive já se borra
Amortalhando assim a claridade.
O quanto amor se fez autofagia,
Estremas as unções que tu me destes,
Carpindo as mais sinceras fantasias,
Epidêmicas dores, velhas pestes.
Um mantra repetido à exaustão
Um dia prometera nova sorte.
Saudade do que fora uma ilusão
Condena uma esperança, assim à morte.
O pátio dos meus sonhos vai vazio,
Mergulho no passado, insano e frio...
sábado, 9 de outubro de 2021
Dominam, tal cenário, as solidões,
Emoldurando as telas, o vazio.
Rolando pelas trevas, amplidões
Fantasmas que imagino, cedo crio.
Arrasto pelos pés, duras correntes,
Estrangulando os sonhos que tivera,
Os gritos desumanos e dementes
Prenunciando a vinda desta fera.
Refúgios renegados já faz tempo,
Apenas o silêncio ainda eu ouço
Reflexos da vida em contratempo
Do parapeito entranho o calabouço
Bem antes que esperança me socorra,
Adentro a profundeza da masmorra...
Emoldurando as telas, o vazio.
Rolando pelas trevas, amplidões
Fantasmas que imagino, cedo crio.
Arrasto pelos pés, duras correntes,
Estrangulando os sonhos que tivera,
Os gritos desumanos e dementes
Prenunciando a vinda desta fera.
Refúgios renegados já faz tempo,
Apenas o silêncio ainda eu ouço
Reflexos da vida em contratempo
Do parapeito entranho o calabouço
Bem antes que esperança me socorra,
Adentro a profundeza da masmorra...
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
Mortalha abandonada em preamar
Jogada em plena areia, vai e volta.
Numa onda interminável viajar
Na imensidão do mar, noite revolta.
Estrelas espiando este cenário
Das dores entranhadas numa praia.
No canto tão amargo e solitário
A morte se aproxima e de tocaia
Espera um derradeiro brado agônico
Carcome uma esperança relutante.
A voz vai se perdendo e quase afônico
Esperança se esvai no mesmo instante.
Agora que não restam ilusões
Dominam, tal cenário, as solidões...
Jogada em plena areia, vai e volta.
Numa onda interminável viajar
Na imensidão do mar, noite revolta.
Estrelas espiando este cenário
Das dores entranhadas numa praia.
No canto tão amargo e solitário
A morte se aproxima e de tocaia
Espera um derradeiro brado agônico
Carcome uma esperança relutante.
A voz vai se perdendo e quase afônico
Esperança se esvai no mesmo instante.
Agora que não restam ilusões
Dominam, tal cenário, as solidões...
quinta-feira, 7 de outubro de 2021
Apenas os desertos espalhou
Os olhos de quem marca a primavera
Na seca que decerto nos tomou,
O gesto incoercível desta fera.
Caminha sutilmente e de tocaia
Espreita cada passo que se dá.
Armadilha na qual a sorte traia
Tocando a minha vida desde já
Jazendo pouco a pouco, uma esperança
Expressa em ironias, cada lavra.
A maldição mais sórdida me alcança
Avinagrando assim, minha palavra.
Sou menos do que pude imaginar,
Mortalha abandonada em preamar...
Os olhos de quem marca a primavera
Na seca que decerto nos tomou,
O gesto incoercível desta fera.
Caminha sutilmente e de tocaia
Espreita cada passo que se dá.
Armadilha na qual a sorte traia
Tocando a minha vida desde já
Jazendo pouco a pouco, uma esperança
Expressa em ironias, cada lavra.
A maldição mais sórdida me alcança
Avinagrando assim, minha palavra.
Sou menos do que pude imaginar,
Mortalha abandonada em preamar...
quarta-feira, 6 de outubro de 2021
Tomando a minha senda já se espalha
Amarga e tão temível, dura praga,
No fio em que se mostra tal navalha,
A mão que me tortura, vem e afaga.
A saga continua a cada dia,
Arcando com meu peso, não sustento
O sonho de beber da fantasia
Morrendo, vai matando o sentimento.
Esboço, ao fim, alguma reação
Mas nada impedirá terrível sorte,
A vida me tomando em podridão
Prepara sutilmente a minha morte.
A flor que sem pendão jamais granou,
Apenas, os desertos espalhou...
Amarga e tão temível, dura praga,
No fio em que se mostra tal navalha,
A mão que me tortura, vem e afaga.
A saga continua a cada dia,
Arcando com meu peso, não sustento
O sonho de beber da fantasia
Morrendo, vai matando o sentimento.
Esboço, ao fim, alguma reação
Mas nada impedirá terrível sorte,
A vida me tomando em podridão
Prepara sutilmente a minha morte.
A flor que sem pendão jamais granou,
Apenas, os desertos espalhou...
terça-feira, 5 de outubro de 2021
As mãos seguem vazias, nada pedem,
Esperam tão somente por milagres.
Dos sonhos que já tive, as bases cedem
Meus vinhos se transformam em vinagres.
A carne se esvaindo em tantas rugas,
A porta se fechando a cada dia.
Impossibilitando minhas fugas,
Amordaçando a voz da poesia.
Catando o que restara, assim de mim,
Encontro meus escombros nas caladas.
Não tendo primavera em meu jardim,
As roupas da esperança estão mofadas.
O riso em ironia de um canalha,
Tomando a minha senda já se espalha...
Esperam tão somente por milagres.
Dos sonhos que já tive, as bases cedem
Meus vinhos se transformam em vinagres.
A carne se esvaindo em tantas rugas,
A porta se fechando a cada dia.
Impossibilitando minhas fugas,
Amordaçando a voz da poesia.
Catando o que restara, assim de mim,
Encontro meus escombros nas caladas.
Não tendo primavera em meu jardim,
As roupas da esperança estão mofadas.
O riso em ironia de um canalha,
Tomando a minha senda já se espalha...
segunda-feira, 4 de outubro de 2021
Na amargura sem par dos solitários
Segui por tanto tempo em minha vida,
Os olhos se tornando temerários
Distantes da emoção de uma saída.
Esgueiro pelas ruas, vou sem nexo,
Caminho entre mortalhas e sarjetas,
O quanto amar se mostra mais complexo
Em tramas imperfeitas e incompletas
Peçonhas encontradas em sorrisos,
Venais espectadores destes sonhos,
Minha alma se esparrama em falsos guizos,
Saltimbancos vorazes e medonhos.
Enfadonhos os dias se sucedem,
As mãos seguem vazias, nada pedem...
Segui por tanto tempo em minha vida,
Os olhos se tornando temerários
Distantes da emoção de uma saída.
Esgueiro pelas ruas, vou sem nexo,
Caminho entre mortalhas e sarjetas,
O quanto amar se mostra mais complexo
Em tramas imperfeitas e incompletas
Peçonhas encontradas em sorrisos,
Venais espectadores destes sonhos,
Minha alma se esparrama em falsos guizos,
Saltimbancos vorazes e medonhos.
Enfadonhos os dias se sucedem,
As mãos seguem vazias, nada pedem...
domingo, 3 de outubro de 2021
Cicatrizando uma alma feita em pus
O fardo se tornara bem mais leve,
À transgressão insana já me opus,
Porém amor sem tréguas já se atreve
E rouba cada gota desta chuva,
Formando com mil lágrimas o açude
Cabendo nos meus sonhos como luva,
Mudando de repente uma atitude
Outrora tão passiva e mais pacata,
Num ato de rebelde insanidade.
O laço num instante se desata
Trazendo em ar mais puro, a liberdade.
Aprendo num momento alvissareiro:
O amor não se permite prisioneiro.
O fardo se tornara bem mais leve,
À transgressão insana já me opus,
Porém amor sem tréguas já se atreve
E rouba cada gota desta chuva,
Formando com mil lágrimas o açude
Cabendo nos meus sonhos como luva,
Mudando de repente uma atitude
Outrora tão passiva e mais pacata,
Num ato de rebelde insanidade.
O laço num instante se desata
Trazendo em ar mais puro, a liberdade.
Aprendo num momento alvissareiro:
O amor não se permite prisioneiro.
sábado, 2 de outubro de 2021
No esgoto se perdendo, contradiz,
Histórias que pensara serem belas,
O tempo devorando e por um triz
O barco inda mantém algumas velas.
Revelas o que queres, negação.
Ações intempestivas, derrocada.
Aos poucos vou perdendo todo o chão
Caminho em direção ao mesmo nada
Que um dia retratara minha vida.
Na tímida ilusão, ingênuos risos,
A faca aprofundando tal ferida,
A morte vem chegando sem avisos.
Quem sabe no final alguma luz.
Cicatrizando uma alma feita em pus...
Histórias que pensara serem belas,
O tempo devorando e por um triz
O barco inda mantém algumas velas.
Revelas o que queres, negação.
Ações intempestivas, derrocada.
Aos poucos vou perdendo todo o chão
Caminho em direção ao mesmo nada
Que um dia retratara minha vida.
Na tímida ilusão, ingênuos risos,
A faca aprofundando tal ferida,
A morte vem chegando sem avisos.
Quem sabe no final alguma luz.
Cicatrizando uma alma feita em pus...
sexta-feira, 1 de outubro de 2021
A solidão adentra em cada fresta
Inundando de lágrimas a casa.
Nos olhos revolvidos em tempesta
O tempo nunca passa e já se atrasa.
A brasa que se esvai em fogo lento,
Matando uma provável esperança;
Mergulho no vazio e sempre tento
Inútil sensação de uma aliança
Sem álibi que possa me salvar
Estendo os meus olhares na varanda,
A noite vai passando devagar,
O passo sem destino assim desanda
E tudo o que pensara ser feliz,
No esgoto se perdendo, contradiz...
Inundando de lágrimas a casa.
Nos olhos revolvidos em tempesta
O tempo nunca passa e já se atrasa.
A brasa que se esvai em fogo lento,
Matando uma provável esperança;
Mergulho no vazio e sempre tento
Inútil sensação de uma aliança
Sem álibi que possa me salvar
Estendo os meus olhares na varanda,
A noite vai passando devagar,
O passo sem destino assim desanda
E tudo o que pensara ser feliz,
No esgoto se perdendo, contradiz...
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