sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Quando puder seguir em noite clara
Vencendo os meus antigos medos, creio
No todo que pudesse sem receio
E a sorte se desenha e se prepara,
Traçando esta emoção que se declara
E o peso noutro rumo em devaneio
Trazendo o quanto pude e me incendeio
Na luta que deveras se escancara,
O prazo determina o fim de tudo
E sei que no final somente iludo
O rústico tormento que há em mim,
E o pranto derramado em ar sombrio
Gerando o quanto quero ou desafio
Marcando desde o início o meio e o fim.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Quando tu te aproximas dos meus passos
E vejo tua face em riso irônico
O amor que inda pudesse ser um tônico
Traduz momentos duros, mesmo escassos,
E os olhos se perdendo sempre lassos
O olhar se desenhando em vão e agônico,
O prazo terminando desarmônico
E os versos transcrevendo os meus cansaços.
Dos traços mais comuns já nada resta
Somente a mesma face tão funesta
De quem se quis além do que coubera,
Aprendo com meus erros e prossigo
Sabendo a cada curva do perigo
Atocaiada morte, vã quimera...

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Queimando dentro da alma a solidão
Escalo os meus segredos sem sentir
O quanto na verdade do porvir
Traduz os dias tolos que verão,
Apenas novo tempo em estação
Diversa da que tento resumir
E vendo o meu passado a se exprimir
No todo sem caminho ou direção,
Escassas noites ditam meu futuro
E quando no vazio eu me asseguro
Matando qualquer forma de esperança
A luta não cessando recomeça
E embora tantas vezes tenha pressa
A própria fantasia ora me amansa.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Quedando sem ninguém em noite vaga
O passo se perfila sem sentido,
E o quanto do passado ainda olvido
No corte feito em dor, cruel adaga,
O peso desta vida que se traga
Na fonte ou no engodo resumido,
O prazo exterminando o que divido
E o pensamento tolo em vão divaga.
Acrescentando ao nada que hoje sou
O pouco que em verdade me restou
Já nada mais consigo senão isto:
Meu mundo desabando a cada instante
E o fim deste cenário se adiante
E sem porto seguro, enfim desisto.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Quisesse pelo menos teu afeto
E o temporal talvez inda aplacasse
A vida se desenha em tal impasse
E o passo noutro rumo não completo
O prato tantas vezes predileto
O manto se tecesse e se moldasse,
Trazendo da esperança a nova face
Aonde o meu caminho em paz repleto.
Esqueço da poética loucura
E tento a caminhada mais segura
Após as quedas tantas que inda trago,
Depois de certo tempo nada veio
E o olhar traduz apenas tal receio
Na falta mais completa de um afago.

domingo, 25 de setembro de 2022

Qualquer momento traz nova expressão
De um tempo aonde a sorte poderia
Gerar além do quanto a fantasia
Traduz noutro momento, mesmo em vão
Decerto novos dias me trarão
Apenas o que possa a poesia
E nesta solidão, meu dia a dia
Impede qualquer nova direção,
E o cântico de outrora sem sentido
Ainda quando busco ou já me olvido
Não pôde redimir cada promessa
E o tempo se desvenda num segundo
E quando no vazio eu me aprofundo,
O todo sem destino em vão tropeça.

sábado, 24 de setembro de 2022

Quisera ter apenas um momento
Aonde a vida trague novo rumo
E quando no final, tudo eu resumo
Ou mesmo noutro passo ainda tento
Vencer o mais temível sofrimento
Tentando desenhar um novo prumo,
A vida se desdenha em pleno sumo
E marca com temor meu pensamento,
Recolho meus frangalhos, sou escória
E o tempo se transforma em luz inglória
Galgando esta satânica ilusão
E o caos se aproximando dos meus versos
Matando os dias toscos e submersos
Nas sendas da temida ingratidão.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

A falta de horizonte pode ser
A causa desta vaga imagem rude
E nisto quando a vida desilude
E impede qualquer tom no amanhecer
Expressa a solidão e passo a ter
Diversa ou insensata magnitude
Do quanto poderia e nada mude,
Matando o quanto resta sem saber,
O ocaso se aproxima num segundo
E quando do vazio enfim me inundo
Gestasse alguma luz onde não há,
Depois de certo tempo sem meu norte
Nem mesmo quem deveras me conforte,
O tempo se destroça desde já.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Um verso se traçando em paz imensa
E o vento contrapondo cada engano
O rumo se desenha sem um plano
E a própria natureza me convença
Da sorte mais audaz em recompensa
O canto não traduz este profano
Momento onde em verdade se me dano
A noite já prossegue amarga e tensa.
Esgoto os meus cantares noutro rumo
E quando no final não mais assumo
Sequer o quanto pude ou mais queria,
A luta se desenha sem sentido
E quando cada engano agora olvido
Apenas resta viva a fantasia.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Errando sem sentido no planeta
Aonde a vida brota imensamente
O quanto do passado se apresente
A cada novo engodo que eu cometa,
Ainda quando a sorte se arremeta
E gere o que pudesse em nossa mente,
A luta na verdade não desmente
A luz adentra calma em cada greta.
As sendas mais ferozes e sombrias
Nas quais tantas palavras; mostrarias
Jazendo noutro canto em dor e tédio,
Meu mundo se aproxima do que eu quis
E posso até dizer que sou feliz,
Enquanto encontro a paz, sacro remédio.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

O amor regendo a vida de quem sonha
Pudesse transformar em alegria
O quanto se perdera ou não veria
Além desta figura mais bisonha,
O tempo se desenha e nada oponha
A quem pudesse crer na fantasia
E marque com ternura o dia a dia
Na melodia audaz, mesmo risonha.
E o vasto delirar tomando conta
Aonde a solidão se desaponta
E traça ao fim de tudo novo sol,
Ainda que isto seja quase utópico
A vida se traduz em novo tópico
E toma com clareza este arrebol.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Aprendo a caminhar entre os espinhos
E sei dos meus anseios quando vejo
A curva desdenhosa de um desejo
Marcada por momentos mais mesquinhos,
E tento acreditar em novos ninhos
No canto sem temor onde dardejo
A seta da esperança num sobejo
Cenário aonde os tempos brindam vinhos.
Esqueço os meus enganos, tento além
E sei do quanto possa e sempre vem
Tomando com firmeza este horizonte,
Meu mundo se aproxima do que eu quero
E tendo esta certeza, ao ser sincero
A vida se transforma em bela fonte.

domingo, 18 de setembro de 2022

Jogando com palavras, lavras minhas
E sei dos meus momentos mais felizes
Embora tantas vezes; contradizes
Usando as expressões duras, mesquinhas
E quantos olhos sei que ainda tinhas
Jogado sobre os medos, velhas crises
Os sonhos se desenham turvos, grises
E as tardes são deveras mais daninhas,
Espero anoitecer dentro do peito
E o marco se traduz e não aceito
Sequer a claridade que não vem,
Esbarro nos enganos de quem sonha
E quanto mais a vida é vã, bisonha
Procuro finalmente por alguém.

sábado, 17 de setembro de 2022

Ao crer possível ter em tuas mãos
Cenários tão diversos do passado,
O tempo pelo tempo carregado
Deixando neste solo raros grãos,
Adentra o teu futuro, invade os vãos
E o corte tantas vezes alegado
Agora se percebe noutro lado
Envolto pelos sonhos, noutros chãos.
Escreva no horizonte uma esperança
E tente conseguir onde se avança
Lutando contra a fúria das marés
E ao ver o quanto possa dia a dia
A noite no final já sorriria
Sabendo simplesmente quem tu és.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Ouvir o mar bramindo em plena areia
Na movediça espera por alguém
Que tanto quanto pode já não vem
E apenas solidão toma e rodeia,
A vida sem sentido, segue alheia
O corte se traduz nalgum desdém
E quando da esperança sou refém,
A lua jamais vira enorme, cheia,
Espero após a curva uma surpresa,
Mas sei que da ilusão sou mera presa
E nada se desenha no horizonte,
Apenas o vazio onde se dera
A falta do que fosse primavera
E o tempo noutro rumo desaponte.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Não quero e nem pudesse ser diverso
Momentos repetindo a velha história
Que guardo sem saber, triste memória
Usando para tal um simples verso,
E quando a noite chega; desconverso
Matando o quanto resta em luz inglória
A luta se renova e merencória
A lua traz o sonho que disperso.
Ocasos entre infaustos e temores
Seguindo tão somente aonde fores
Esbarro nos meus erros costumeiros
E sei dos meus anseios e pudores
Na ausência mais completa dos luzeiros
Os dias são decerto os derradeiros.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Já não comportaria qualquer luz
Sequer o quanto trago no meu peito
E vago sem sentido e insatisfeito
Enquanto amor sem nexo me conduz,
Espero qualquer queda e faço jus
Ao medo desenhado em qualquer jeito,
A sina configura o que ora espreito
Na luta pela qual em vão me pus.
Depois de certo tempo nada vindo,
Somente o quanto quero e sei que findo
Ousando no final desta partilha,
A vida sem proveito traduzisse
Além do que pudera em tal mesmice
E o velho coração sem paz não brilha.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Por ter no olhar apenas o passado
Seguindo pareado co’o futuro
Ainda quando posso me asseguro
Ou mesmo inutilmente tento e brado,
O canto se mostrasse mais ousado
E o passo sem limites, neste escuro
Caminho aonde em nada enfim, perduro
E tento novo tempo desenhado,
Acordos já rompidos, medo tanto
E quantas vezes; cego, ora me espanto
Marcando com mentiras dia a dia,
E o lago mais profundo da esperança
Esbarra nos meus erros, vida avança
Matando o que pudesse e resistia.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Não pude acreditar no quanto vem
E tento imaginar alguma luz
E quando na verdade se produz
A sorte do futuro segue aquém,
O amor que com certeza não contém
Sequer o quanto quero e onde me pus
Pudesse com certeza fazer jus
Ao todo que talvez diga desdém,
O prazo se extermina e nada veio
Seguindo cada engodo em devaneio
Anseio algum momento em paz e sinto
O passo sem proveito em rude cena,
A vida quando tanto me envenena
Meu sonho sem proveito e agora extinto.

domingo, 11 de setembro de 2022

Qualquer caminho dita algum alento
A quem já se perdera plenamente
A vida noutro passo se apresente
Entregue ao mais dorido e forte vento,
E quando alguma noite em paz eu tento
Ainda que deveras mais freqüente
O passo se traduz e finalmente
O parto se desenha em pensamento,
Acordo e nada vindo, nem o sol,
A luta se espalhando tenta em prol
O quanto não havia dentro em nós,
Do prazo mais atroz a voz sonega
E a sorte se desdenha sendo cega
Marcando o meu momento mais feroz.

sábado, 10 de setembro de 2022

Repare cada estrela e veja bem
O quanto um verso em vão não poderia
Traçar sequer o canto em utopia
E a vida no final já nada tem,
Esqueço e quando sou mero refém
A luta a cada passo em agonia
O fato se reflete onde podia
Marcar o quanto quero e nada vem,
Esqueço este cenário e não pudera
Vencer o que no fundo dita a fera
Que habita uma esperança sem sentido.
Ocasos entre prazos e momentos
Diversos degeneram desalentos
E o canto que desejo agora olvido.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Narcotizado sonho em vão eu trago
E bebo cada gota da aguardente
Aonde a solidão tanto freqüente
Deixando para trás o rumo vago,
E quantas vezes tento e se me afago
O manto se traduz mais plenamente
E o corte no final já se apresente
Traçando o quanto quis em sujo lago,
Escândalos diversos, agonia
O canto sem limites se faria
E o caos degenerado em luz e medo,
Dos tantos que pudera, por ventura
A vida se desenha e me tortura
Dos sonhos mais gentis, triste arremedo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Navego sem saber se existe porto
E o canto se aproxima do final,
Meu verso como fosse a turva nau
E nele se traduz somente aborto,
Ainda que pudesse semimorto
Vencer quanto pude em ritual
A luta se aproxima em lance tal
Moldando este cenário turvo e torto.
Apenas sou assim e não renego
O quanto alimentara sempre este ego
A fantasia audaz e o medo em vão,
Depois de certo tempo em primavera
A vida na verdade destempera
Marcando o dia a dia, ingratidão.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

No trato mais audaz a vida rege
O canto sem sentido e precisão,
Os dias se transformam, desde então
Meu verso me permite ser herege
E o quanto da esperança não inveje
Quem tenta os sonhos novos que virão
Marcando com terror a ingratidão
E nisto outro caminho não protege,
Escusas são comuns e mesmo assim
O tempo se esvaindo traz a mim
O medo sem sentido e sem proveito,
No cais já me distando noutro barco
Os erros na verdade quando abarco
Traduzem o que tento e não aceito.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Apresentando os erros onde um dia
Pudesse imaginar a solução
Os tempos na verdade não trarão
Sequer o que meu sonho mais queria,
Astuciosamente a fantasia
Escala outros momentos que virão
Gerando dentro da alma a sensação
Que tanto quanto quero mataria
Negar qualquer alento e ter depois
A sensação diversa de nós dois
Num ermo caminhar em noite escusa,
Assim ao se prender em turbulência
A vida sem sequer ter coerência
Do engano costumeiro sempre abusa.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Somente me coubera acreditar
Nos tantos ou diversos desenredos
A sorte se transforma e sem segredos
Não tendo nem sequer onde aportar
Esqueço cada canto a divagar
E deixo para trás momentos ledos
E sinto meus caminhos em degredos
Buscando inutilmente a luz solar,
Tangentes tão diversas, noite e dia
E o quanto deste encanto poderia
Alçar qualquer momento em tom diverso,
E quantas vezes tento ou mesmo escuto
Sabendo do cenário bem mais bruto
E neste delirar eu desconverso.

domingo, 4 de setembro de 2022

A sorte se aproxima do fatal
Momento aonde a vida nega o quanto
Do mundo se desenha e não garanto
Nem mesmo algum momento mais real,
E o vento se transforma em temporal
Atemporal cenário em desencanto
E quando me proponho sem encanto
O rústico cenário é sempre igual.
Leviatã invade cada praia
E a morte açoda enquanto além me traia
Vagando sem certeza, ancoradouro,
E o tempo sem sentido e precisão
Gerando no meu canto a indecisão
E nela tantas vezes mal me douro.

sábado, 3 de setembro de 2022

Há tanto que pudera imaginar
Algum momento em paz e nada havia
Amar e recolher a fantasia
E nisto novamente reamar,
O canto sem saber de algum lugar
Traduz a imensidão da poesia
E sei do quanto pude e não teria
Sequer nem mesmo aonde descansar,
Apodrecendo aos poucos, minha sorte
Transcende ao quanto posso ou já suporte
Amordaçando o sonho sem proveito
E quando mergulhara no sombrio
Cenário que deveras desafio
O mundo quando vem, desejo e aceito.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Pudera te encontrar e ter esta certeza
Da noite sem igual, momento em perfeição,
Ousando caminhar na mesma direção
A vida sem temor, em louca correnteza.
No fato, caçador que agora se presa,
Em ávida doçura, em rara ebulição,
Perdendo sem sentido, o rumo e a dimensão,
A vida se prepara em lúbrica beleza.
O brilho no horizonte – eu sou teu helianto,
Solar a divindade exposta em raro encanto,
Quem dera se eu pudesse adentrar teus mistérios,
Os sonhos na explosão de orgástica loucura
Meu corpo insanamente ao teu quer e procura,
Domínios no infinito em siderais impérios.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Estar contigo nesse enlace bem quisera,
A mapear teu corpo, cada curva, senda,
Colar na tua pele feito verde hera,
Ou como os arabescos na mais fina renda.

Seria muito bom! Inesperada prenda!
De todas a melhor, depois de tanta espera,
Tua seria sem pudor, sem reprimenda,
Com todo meu amor, da forma mais sincera.

Vivendo as mil delícias desse amor febril,
Vibrando o coração feliz, enamorado,
Sorvendo o beijo teu qual vinho inebriante.

Seria meu viver qual campo verdejante,
Que exala doce cheiro quando está molhado,
Repleno de heliantos sob o céu d’anil.

EDIR PINA DE BARROS


Encantamentos, ritos sensuais,
Desnudos sob a lua em noite rara,
A vida noutra vida se escancara
E encontro o desejado e calmo cais.
E neste delirar quando tu vais
Encontro no teu corpo o que me ampara
E vasculhando bem toda a seara,
Momentos em delícias magistrais.
E após tanta batalha – dia a dia-
Teu corpo que me exala poesia
Desvendo num prazer alucinante.
E o dia se anuncia em tons sublimes,
De todas minhas dores já redimes
Frêmito em frenesi, num raro instante.