quinta-feira, 24 de maio de 2018

12

Alheio ao que viera ou mesmo vejo,
Esbarro nos enganos, no horizonte
E quando noutro passo o nada aponte,
Marcando com temor cada desejo,

O risco mais atroz, um lugarejo
A vida se desenha atrás da ponte
E o mundo ressequido já sem fonte
Transforma o que pudera em vago ensejo.

E sei que no vazio não completo
Meu passo sem sentido, ledo inseto
São néscios os meus dias, sigo ao fim,

Sozinhos olhos buscam qualquer canto,
Porém somente o frio, ora garanto
Sangrado o quanto resta dentro em mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário