terça-feira, 31 de outubro de 2023

Adoro esse teu corpo cheio de mistério,
Desnudo sob a lua nesse terno rito
Contendo na garganta o rouco e morno grito
Que brota das entranhas desse teu império.

Esse teu corpo no meu corpo assim inscrito,
Quais rutilantes astros lá no véu sidério,
Nas noites sem luar, no manto seu cinéreo,
Sentindo no prazer a força do infinito.

Adoro esse teu corpo, suas mil veredas,
Caminhos que me levam aos íntimos espaços
Das mornas águas tuas borbulhando em mim

Sentir dentro em mim as tuas labaredas,
E de prazer morrer-me nesses teus enlaços,
Entregue ao teu fulgor, ao teu amor, enfim.


Edir Pina de Barros

Beber dessa loucura e não temer sequer
Cada momento atroz em rude solidão
E sei noites gentis que sempre moldarão
O quanto mais anseio e sei quando vier

Trazendo a magnitude e nisto o que puder
Tramar na mesma luz a imensa dimensão
Do amor que se fez tanto ousando em explosão
Em plenilúnio a noite expressa o quanto quer.

E percorrer o mar do amor quando nos toca,
Vencendo uma borrasca, expressando alegria,
E mesmo tão distante o olhar já concebia

Das praias da esperança, o quanto nos provoca,
A sede de seguir teus passos, rastros, sonho,
Ventura onde se tece o amor que te proponho.

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