quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Nesses jardins sepultos dentro em nós,
Podemos recolher etéreas flores,
Que o tempo não roubou os seus olores,
Ainda que ele seja rudo algoz.

Inda que machucada pelas dores,
Pisada pela vida mui atroz,
Co’s lágrimas secadas desde a foz,
Minh’alma há de seguir-te onde fores...

E nesses tempos nossos, outonais,
Os sonhos que se vão, voando ao vento,
Quais folhas mortas ficam pelo chão.

No húmus d’alma hão de viçar, então,
As flores desse eterno sentimento,
Por entre as nossas dores, nossos ais...
Edir Pina de Barros


Nas ásperas encostas deste mar
Que trago e não percebo qualquer luz
Senão a quando toca e reproduz
A essência do caminho em raro amar,
Porém nova ilusão a me tocar
E nela outro cenário ora compus,
Mas sinto o quanto resta em contraluz
E tudo contradiz o meu sonhar.
Nas ânsias que pudessem ter além
Do quanto na verdade às vezes vem
E traça novo rumo ou mesmo o antigo
Deveras carcomido pela ausência
Do quanto poderia em sua essência
Trazer o quanto quero e tento, e abrigo.

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