Fantasma feito amor, decerto assombra,
Fazendo o coração virar sonâmbulo.
Do quanto que já fui nem resta sombra,
Vagando pelas ruas qual noctâmbulo.
Nas ânsias sem remanso e se descanso,
Petardos desferidos pelas dores,
Um sonho que virá eu te afianço
Talvez inda refaça velhas flores.
Satânicos prenúncios desta sanha,
Assanham meus sorrisos, volto à farra;
A boca desdentada ainda me apanha
E morde, lentamente, dente e garra.
Trazendo este cadáver no meu peito,
Eu rolo a noite inteira; insatisfeito...
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