sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Rude; esta caminhada noite afora
E o tempo se desdenha ou se profana
A sorte tantas vezes desumana
E o canto noutro rumo me apavora
A morte a cada passo desancora
E gera o quanto dói e desengana
Na luta sem sentido e quase insana
Apenas o passado em vão se ancora;
Escondo os meus alentos noutro rumo
E quando na verdade eu me consumo
Ausente da alegria ou de um afeto,
Somente do não ser e não poder
Ainda se transforma o meu querer
E em morte e solidão eu me repleto.

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