No pélago da vida há mil abismos,
Profundos, mui profundos, insondáveis,
Cavados pelos tempos implacáveis,
Que são as fontes desses nossos sismos.
Provocam dentro em nós intermináveis
Reviravoltas, grandes cataclismos,
A morte de ilusões, idealismos,
Tornando-nos então impermeáveis.
Despidos de ilusões, das vãs quimeras,
A soçobrar no alto mar da vida,
sem ter um norte, uma estrela guia...
Se tu sonhasses plenas primaveras
Mesmo levando n’alma tal ferida
Até além da morte amar-te-ia.
Edir Pina de Barros
Mergulho dentro da alma e me deslumbro
Com toda esta beleza inigualável
De um tempo noutro templo imaginável
Visão que sem igual além vislumbro,
Vogando entre diversos arquipélagos
Adentro em abismal caminho e sigo
Ousando acreditar estar contigo,
No amor que ultrapassasse fossas, pélagos.
Arquitetando etérea fantasia
Deixando para trás os ermos medos,
E assim adivinhando os teus segredos
O verso em tal delírio ora nos guia,
Das noites que passei, outrora, pândegas,
Contigo ao infinito vejo alfândegas.
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