segunda-feira, 1 de abril de 2019

No pélago da vida há mil abismos,
Profundos, mui profundos, insondáveis,
Cavados pelos tempos implacáveis,
Que são as fontes desses nossos sismos.

Provocam dentro em nós intermináveis
Reviravoltas, grandes cataclismos,
A morte de ilusões, idealismos,
Tornando-nos então impermeáveis.

Despidos de ilusões, das vãs quimeras,
A soçobrar no alto mar da vida,
sem ter um norte, uma estrela guia...

Se tu sonhasses plenas primaveras
Mesmo levando n’alma tal ferida
Até além da morte amar-te-ia.


Edir Pina de Barros




Mergulho dentro da alma e me deslumbro
Com toda esta beleza inigualável
De um tempo noutro templo imaginável
Visão que sem igual além vislumbro,

Vogando entre diversos arquipélagos
Adentro em abismal caminho e sigo
Ousando acreditar estar contigo,
No amor que ultrapassasse fossas, pélagos.

Arquitetando etérea fantasia
Deixando para trás os ermos medos,
E assim adivinhando os teus segredos
O verso em tal delírio ora nos guia,

Das noites que passei, outrora, pândegas,
Contigo ao infinito vejo alfândegas.

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