quarta-feira, 3 de junho de 2020

O verso sem proveito a voz calada
A noite que pudera ser alheia
A lua que tentara imensa e cheia
No fundo já não diz mais quase nada,

A porta se trazendo em vão trancada,
O corte noutra face se permeia
E a luta sem descanso me rodeia,
A carne apodrecida, a sorte evada;

Não pude acreditar noutro horizonte
E tendo o meu caminho onde desponte
Somente o que se sente sem valia,

O resto dos meus sonhos sem proveito,
Ainda quando inválido eu me deito
A morte traduzisse uma utopia.

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