sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Procuro qualquer canto aonde o nada
Trouxesse a solidão invés de tudo
O manto na verdade não transmudo
E a sorte noutra luta enveredada
A voz que tão somente inútil brada
O corte noutro rumo eu desiludo,
O preço se pagando por ser mudo
Restando a noite nunca enluarada.
Presumo novo tempo em vendaval
A brisa não entranha esta janela
E vejo tão somente a velha cela
Enquanto se revela assim o fim,
Congela esta esperança e não se atrela
Sequer o que pudesse em tal procela
Ditando o quanto resta dentro em mim.

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