14/04
Há muito que pudera ser a vida
Ousada e mesmo rude, mas sei bem
Do quanto na verdade nada vem
Gerando desde então a despedida,
A sorte noutro passo enquanto acida
Gestando com terror cada desdém
Apenas o passado ora contém
Marcando a sorte amarga e decidida.
Num ermo caminhar sem mais por que
O tanto que pudera e não se vê
Expressaria o fim e nada mais.
Acolho cada passo e sei do todo
Jogado nalgum canto, mero engodo,
Vagando entre diversos temporais.
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