24/04
Não tendo novamente algum retalho
Dos tantos que esta vida me trouxera
Olhando para trás, percebo a fera
E cada sensação; em vão, espalho.
O verso traduzindo este espantalho
Marcando a poesia destempera
Gerando dentro da alma a primavera
Procuro inutilmente algum atalho.
Ao mergulhar no abismo de teus braços
Vislumbro com terror os mais escassos
Anseios que pudesse noutro tom,
A vida se perdendo em leda rota,
Palavra sem limites já denota
O quanto deveria ser tão bom.
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