Formada pelas chagas da saudade
Mortalha que me cobre em noite escura,
A mão de quem se deu em falsidade
Durante a vida inteira me procura
E rasga, num momento, uma esperança
Vendendo seus pedaços numa esquina.
O medo de sonhar, quando me alcança
Um pouco do que resta inda extermina.
Minando uma existência outrora em paz,
Fadando a minha senda ao desengano,
Farrapos do que fui; saudade traz,
Num ato em desvario, desumano.
A morte da alegria assim tecida,
Tomando todo o céu de minha vida.
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