A pele se esvaindo na saudade,
Expõe minhas entranhas, vagos lumes.
Carpindo a perda amarga, na verdade
A vida não me traz qualquer perfume.
Abutres vão fazendo os seus repastos
No corpo carcomido, entregue às moscas.
Sonhara com amores puros castos,
As luzes se tornaram bem mais foscas.
O beijo da pantera ao fim do dia,
Gargalha em ironia, extasiada.
Do quanto que pensara em fantasia
Não sobra, com certeza, quase nada
Somente um gesto antigo e renitente,
Expressa alguma luz neste poente...
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