Mergulho no passado, insano e frio
Estendo uma saudade no varal,
Recolho cada gota do vazio
Que um dia transbordou neste embornal.
A vida escarifica pouco a pouco
Aumenta esta ferida no meu peito,
O grito que se faz audaz e rouco
Estronda tão distante e nega o preito.
Argúcia se mostrando sempre inútil,
Escancarando a face desumana
Do tempo que se molda insano e fútil
Matando ao mesmo tempo desengana.
Soprando sobre nós a tempestade
Formada pelas chagas da saudade...
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