sexta-feira, 3 de julho de 2015

03/07


Se a vida, pouco a pouco, já s’ evade,
Qual folha seca, que se vai co’o vento,
N’ outono d’alma, solta ao relento,
Rolando pelas ruas da cidade...

Se aos poucos se declina a nossa vida,
Qual delicada rosa esvanecente,
Que há de se tornar também ausente,
Depois de perfumar a nossa vida...

Há de se ir co’o vento , à revelia,
A alma do poeta , mui chorosa,
A peregrina alma trovadora...

Há de seguir seu rumo, céus afora,
Deixando seu perfume, qual a rosa,
O seu legado,em forma de poesia.

Edir Pina de Barros

Palavra qual semente que se leva
Distante sem tem freios nem obstáculos
Tramando em ressonância seus tentáculos
E nisto produzindo rara ceva,

Invade com seu brilho a rude treva
Ultrapassando mesmo os vãos oráculos
Gerando os mais diversos espetáculos
Ou quando incendiária; também neva.

O sonho desta etérea juventude
Reflete no que possa e não ilude
Apenas concretiza um velho sonho,

Um velho caminheiro se renova
Ousando num soneto ou numa trova
Viver o quanto quero e aqui proponho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário