domingo, 1 de maio de 2022

Enquanto amor deveras me desperta
Relembro desta rua abandonada
Deixada no passado, vã deserta
Aos braços da saudade malfadada.

Janela há tanto tempo descerrada
Impede que eu consiga penetrar
Nos braços da princesa imaginada
Jogada num terrível lupanar

A rua aonde amor, frágil, nasceu
Agora se transforma em simples beco
A voz que tantas vezes se perdeu
Distante não produz sequer mais eco.

Quem dera se eu tivesse um canto amável,
Tornando o nosso solo mais arável.

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